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Brasília

CEF 418 de Santa Maria sofre com falta de livros didáticos

Segundo a coordenação da escola, o problema afeta ainda outros colégios públicos do DF

Carolina Freitas

18/03/2024 17h16

Crédito: Carolina Freitas

Alunos do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 418 de Santa Maria sofrem com a falta de livros didáticos. Segundo a coordenação da escola, mais de 150 estudantes não receberam o material que deveria ter sido fornecido pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) no início do ano letivo de 2024.

Ainda de acordo com a escola, a falta de livros afeta também outros colégios de Santa Maria e de outras regiões do DF. No CEF 418, o déficit atinge principalmente alunos do 5º e 4º ano, com a ausência de livros de geografia, história, ciências e matemática. Para tentar minimizar os impactos desse problema, os professores elaboraram e distribuíram apostilas aos alunos.

Crédito: Carolina Freitas

De 200 alunos do 5º ano, 60 não receberam os livros de geografia, história e ciências e estão estudando pelas apostilas fornecidas pela escola. Já dos 200 alunos do 4º ano, 90 ficaram sem o material e estão tendo que improvisar com as apostilas. Os livros de matemática não chegaram para 35 alunos do 4º ano. Além disso, também houve falta de caderno de atividades para os estudantes dessas séries.

Ao Jornal de Brasília, o coordenador do CEF 418, Weslei Garcia, disse que até o momento a SEEDF não deu nenhuma previsão de quando serão entregues os livros que faltam. Além do mais, a “solução a princípio”, sugerida pela pasta, seria que as escolas fizessem o remanejamento dos livros entre elas, ou seja, quem tem livro sobrando disponibiliza para aquela escola que está com falta de material.

Coordenador Weslei Garcia. Crédito: Carolina Freitas

“Nós percebemos a falta de livros já no início do ano letivo, quando reunimos os professores para fazer o planejamento inicial das aulas. O problema ficou ainda maior quando entramos em contato com colegas de outras escolas e percebemos que não era um problema somente da Santa Maria, mas de outros colégios do DF, como de Taguatinga, Plano Piloto, Cruzeiro, São Sebastião e Gama”, comentou Garcia.

O coordenador falou ainda que este não é um problema pontual apenas de 2024, mas que sempre costuma faltar livros a cada troca de ano, porém em quantidade menores. “Para minimizar os impactos nós criamos as apostilas, porque dessa vez a falta de livros foi muito grande. Os professores juntamente com a coordenação fizeram um compilado dos conteúdos que seriam trabalhados durante o ano e elaboraram as apostilas. A escola que tirou as xerox’s com os papéis e impressora do colégio, sem nenhum apoio financeiro da Secretaria de Educação”, explicou Garcia.

“Nós imprimimos e entregamos o material para os estudantes, para que pudesse suprir essa ausência e sanar essa lacuna. Infelizmente, sempre tem que se dar um jeitinho para a educação funcionar. Nós acabamos fazendo isso para reduzir os impactos, mas não é o correto porque vira um ciclo vicioso. Quem tem que resolver é o governo. A educação deve ser levada como prioridade. Além disso, o resultado das apostilas nunca vai ser o mesmo do livro. Nós criamos a apostila para manter minimamente a condição do trabalho pedagógico”, completou o coordenador.

A professora do CEF 418, Emanoella Souza, destacou as dificuldades enfrentadas pelos educadores com a falta do livro didático: “A ausência desses livros dificulta muito o nosso trabalho com relação a otimização do tempo. Estamos precisando colocar conteúdos grandes no quadro para eles copiarem. Aulas que eu finalizaria em dois dias eu estou tendo que estender para quatro dias. O livro é um apoio e uma ferramenta também para auxiliar na questão do tempo, para avançar no conteúdo de forma mais rápida”.

Em relação ao trabalho que está sendo feito com as apostilas dentro das salas de aula, o professor Tomé Lima acrescentou: “Ministrar as aulas sem o livro didático é muito difícil. O livro é um parceiro do professor na hora de ensinar e do aluno na hora de aprender. A apostila surgiu para nos adaptarmos a este problema e os professores conseguirem dar as aulas. Até para que a gente não perdesse tanto tempo em um conteúdo. A apostila foi criada para seguir mais ou menos o livro e assim termos a possibilidade de trabalharmos um pouco alinhado com quem tem o livro”.

Para Janaína Amaro, mãe da aluna do 5º ano, Ana Beatriz, a falta dos livros demonstra um descaso por parte do governo: “É um pouco decepcionante saber que o governo tem condição de fornecer esse material e que às vezes por falta de logística ou de importância deixa a desejar em algo que é extremamente importante, como a educação. Eu acredito que nem seja falta de recurso, mas sim de interesse mesmo em valorizar a educação. O livro é um item básico para os estudos e todo ano tem que ter, então não tem porque faltar”.

Janaína Amaro, mãe da aluna Ana Beatriz. Crédito: Carolina Freitas

Em nota ao Jornal de Brasília, a SEEDF informou: “A Gerência das Políticas de Leitura do Livro e das Bibliotecas da Pasta já entrou em contato com a Coordenação Regional de Ensino da escola citada e está tomando as devidas providências para resolver a demanda. Na oportunidade, orientamos que na falta de livros, as unidades escolares comuniquem suas coordenações regionais de ensino para solicitarem a reserva técnica encaminhada pela SUBEB às CREs no início do ano letivo e também entrem no PDDE interativo para solicitar reserva técnica e saldo remanescente”.

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