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Brasília

Casos de dengue caíram 65,6% no DF

Só neste ano, já foram inspecionados 968 mil imóveis pelos agentes da Vigilância Ambiental nas ações de rotina

Redação Jornal de Brasília

26/05/2023 15h23

Foto: Sandro Araújo, da Agência Saúde-DF

Ao contrário do visto no resto do país, o Distrito Federal apresentou, nestes primeiros cinco meses, queda no número de casos prováveis de dengue. De janeiro a maio do ano passado, foram registrados 51.033. Já em 2023, esse número caiu para 17.538, representando uma diminuição de 65,6%, segundo a Secretaria de Saúde.

A cidade apresenta ainda diminuição em todos os outros índices que envolvem a dengue: 59,1% em relação aos casos notificados em residentes do DF; 44,5% em casos prováveis em residentes de outras unidades da Federação (UFs); e 33,9% em casos notificados em residentes de outras UFs. Além disso, até agora, não foi registrada nenhuma morte em função da doença neste ano. Em 2022, o DF teve cinco óbitos.

O refreamento é apontado pelo subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF), Divino Valério, como resultado de ações intensas que têm sido feitas nos últimos dois anos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para conter a evolução do mosquito Aedes aegypti e reforçar o atendimento aos casos prováveis da doença na rede pública.

“É um trabalho sincronizado dentro da ecologia e da epidemiologia da doença”, afirma. O subsecretário cita alguns exemplos. “Fizemos borrifação preventiva em áreas onde nós tínhamos históricos de evolução de população de mosquito em conjunto com as administrações regionais. Atuamos fazendo o sequestro de ovos de mosquito, distribuindo armadilhas e diminuindo essa população”, explica.

Só neste ano, já foram inspecionados 968 mil imóveis pelos agentes da Vigilância Ambiental nas ações de rotina realizadas de segunda a sexta-feira e 232 mil possíveis depósitos do Aedes aegypti eliminados e tratados nas visitas domiciliares. Planaltina e Sobradinho foram as regiões administrativas de maior atenção devido às características biológicas das cidades que ajudam na proliferação do mosquito.

Pronto atendimento

A outra frente de trabalho ocorre nas unidades básicas de saúde (UBSs), com um controle mais efetivo dos casos prováveis. “Fizemos a capacitação com médicos e enfermeiros dando prioridade para pacientes com sinais e sintomas da doença”, conta Divino Valério.

De acordo com ele, a ausência de mortes pela doença está relacionada à eficiência do atendimento. “Essa questão do número de óbitos se deve à dedicação dos nossos profissionais em priorizar o atendimento dos pacientes, já os levando para uma hidratação. Se eu priorizo o paciente, dificilmente ele evolui para um quadro clínico mais grave. Isso é mérito da nossa atenção primária”, classifica.

Apesar dos bons números, o subsecretário de Vigilância à Saúde destaca que ainda não é momento de baixar a guarda. “Não quer dizer que a guerra contra a doença acabou. Temos que continuar com essa mesma pegada e apostando nessa metodologia. Esse é um trabalho que requer uma atenção permanente”, afirma.

A chegada da seca também não é motivo para descuido. “Os ovos [do mosquito] sobrevivem até 450 dias. Se formos pensar que o período de seca dura cerca de quatro meses, são 120 dias. Não estamos livre do problema”, comenta.

Segundo Valério, esse é o momento em que o GDF intensifica os trabalhos de caráter educativo. “A população tem um papel fundamental, que é o nível de conscientização. Temos que ser vigilantes quanto aos nossos ambientes de trabalho e moradia”, comenta.

Para que a sociedade faça a sua parte, é necessário impedir o acúmulo de água nos quintais, em bacias, baldes, caixas d’água, pneus e garrafas – locais que propiciam a evolução da larva e a reprodução do Aedes aegypti. A população também deve comunicar à Vigilância Ambiental sobre focos no entorno das casas por meio do telefone 160.

Doença

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti a partir da picada da fêmea. O vetor é um mosquito urbano e diurno que se reproduz em depósitos de água parada.

Os principais sintomas são febre alta (acima de 38ºC), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Mas também há casos assintomáticos. A forma mais grave inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

As informações são da Agência Brasília

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