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Brasília

Carnaval 2023 registra queda no índice de violência

Apesar dos dados, o governo estuda a paralisação do bloco Raparigueiros, onde 8 pessoas foram esfaqueadas

Redação Jornal de Brasília

22/02/2023 18h05

Foto: Agência Brasília

Elisa Costa
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Em uma coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, na manhã de ontem, a governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), divulgou os dados de um balanço inicial feito pela gestão sobre o Carnaval na capital da República. Segundo a chefe do Executivo local, houve uma queda de 49% nos registros de violência em comparação com o ano de 2019, e uma queda de 24% em comparação com o ano de 2020, antes da chegada da pandemia.

“O GDF criou uma força tarefa para fiscalizar todas as ações. Tivemos mais de 1 milhão e meio de foliões nas ruas, tivemos Carnaval no Plano Piloto mas também nas regiões administrativas. Esse foi o carnaval da paz, da inclusão e da diversidade”, comemorou Celina.

De acordo com a governadora, o DF Legal apreendeu 16 produtos proibidos e 2.562 garrafas de vidro dentro dos bloquinhos. O Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) abordou 880 veículos, sendo que 50 motoristas foram flagrados dirigindo sem habilitação e 84 pessoas recusaram fazer o teste do bafômetro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atendeu 307 ocorrências e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) contou com seus 1.167 garis, que também montaram caixas para descarte de lixo. A coletiva abordou apenas os primeiros dados analisados pelo governo após os dias de folia, por isso, a gestão esclareceu que os demais detalhes ainda serão estudados e posteriormente divulgados à imprensa.

“Agradecemos a população do DF, que saiu com o espírito carnavalesco. A maioria incorporou nosso lema da paz. Nenhuma pessoa morreu no Carnaval”, disse Celina aos presentes. O Carnaval deste ano promoveu 17 mil empregos indiretos e movimentou cerca de 20% a mais na economia da cidade. Para o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, a festa atendeu as expectativas da pasta: “Foi minimizado ao máximo qualquer tipo de problema”. E para o momento de dispersão, foram tomados certos cuidados: “A dispersão é aquele momento que o folião não quer terminar a festa, mas tomamos a cautela para fazer isso da maneira mais razoável possível. Tínhamos um horário a ser cumprido”.

Sobre blocos que não conseguiram desfilar, como aconteceu com o Galinho, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues comentou: “Nós conversamos com todos os blocos e foram feitas reuniões. Em nenhum momento impedimos o Galinho de desfilar, mas eles insistiram em um espaço que estava sob questão junto ao Ministério Público. Oferecemos uma rota alternativa e o Galinho não quis. Fizemos todo o esforço para que todos os blocos desfilassem”. Em 2023, mais de 100 blocos de rua foram autorizados a desfilar, que contaram com um investimento de mais de R$7 milhões, sendo que foram recebidos R$4,6 milhões do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para destinar a 34 blocos locais, enquanto outros R$2,8 milhões vieram de emendas parlamentares e auxiliaram outros 84 blocos.

Raparigueiros

Mesmo com o baixo índice de violência, o governo se atentou aos oito casos de esfaqueamento registrados no bloco Raparigueiros. A governadora Celina definiu o ocorrido como um “fato isolado”. O histórico de violência no Raparigueiros já acontece há um tempo e agora a gestão vai avaliar se o bloco continuará desfilando ou não. “Teremos uma reunião para decidir se vamos continuar deixando o bloco sair. Vamos analisar com muito cuidado. Foram 47 armas brancas apreendidas. As pessoas estão indo para lá cometer crimes e violência”, contou a líder do Buriti.

Os próprios coordenadores do bloco procuraram o GDF para conversar e as decisões sobre o futuro do bloco serão tomadas em conjunto com o secretário de segurança, Sandro Avelar e o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues. O encontro terá o objetivo principal de repensar e repaginar o bloco, para encontrar formar de diminuir e evitar casos semelhantes para os próximos carnavais. Durante a coletiva, Celina Leão explicou que o GDF monitora a ação de gangues que se encontram no bloco para causar transtornos e que isso será resolvido. Ao todo, 15 órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) participaram da organização do Carnaval 2023.

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