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Brasília

Briga de casal coloca em risco ano letivo de 300 alunos no Gama

Segundo relatam alguns pais de estudantes, a escola já vem comunicando aos pais a falência, a dúvida é quem vai ficar no prejuízo

Ary Filgueira

07/12/2021 17h56

Atualizada 08/12/2021 7h45

Depois de conviverem com as incertezas da pandemia de Covid-19, os alunos de uma escola particular no Gama agora precisam lidar com outro fator de risco extracurricular. Este provocado pela ação do homem. A separação entre o casal de sócios do Centro Educacional da Criança (CAC) pode refletir em outras famílias que possuem filhos estudando nela.

Isso porque o término do ano letivo naquela unidade de ensino está ameaçado devido à má administração do colégio. Situação iniciada desde que os antigos proprietários decidiram não viver mais juntos. Segundo relatam alguns pais de estudantes, a escola já vem comunicando aos pais a falência. Mas acontece que, apesar de ser unilateral, quem arcará com a multa rescisória é o genitor do aluno.

“Eles estão depositando os cheques que a gente deu como calção. Estão cobrando multa contratual. É um absurdo, pois não fomos nós que pedimos a quebra do contrato”, lamenta Alexandre Oliveira, 42 anos, que é pai de um estudante do Jardim de Infância Dois.

Segundo ele, a barafunda que se instalou no colégio não melhorou nem com a nomeação de um administrador judicial pela Justiça após o afastamento da ex-sócia. O pedido foi feito pela marido da sócia. Em agosto, ele levou o caso para Vara de Falências, Recuperações Judicias, Insolvência Civil e Litígios Empresariais
do DF.

No seu argumento, disse que a ex-mulher não prestava contas ao autor, utilizava as receitas da sociedade para custeio de despesas pessoais ou para transferências para sua conta pessoal. Além disso, segundo ele, ela vinha adulterando as contas da sociedade, diminuindo o faturamento e aumentando as despesas “fraudulentamente”. Segundo ele, a ex contraiu empréstimos desnecessários à sociedade.

O caso foi analisado pelo juiz de direito João Henrique Zullo Castro. Em sua decisão, ele concordou com os argumentos apresentados: “Tenho, portanto, que há indícios de má gestão por parte da ré frente à empresa requerente, o que justifica o seu afastamento da função e a nomeação de um administrador judicial (AJ) à empresa”, despachou.

Acontece que o AJ não vem conseguindo impedir o caminha à bancarrota que o colégio vem tomando. Com as contas precárias, a administração não conseguiu realizar o pagamento dos funcionários. O Sindicato dos Professores (Sinpro) acolheu as reclamações e decidiu juntos aos trabalhadores paralisar as atividades por 48h a partir de amanhã.

A poucos dias de terminar o ano do filho, Alexandra não sabe se gasta o dinheiro que amealhou para comprar um presente ou se investe em outra escola. Se para ele o fracasso da relação do casal pôs tudo a perder, para a justiça, há uma esperança de reconciliação. Tanto que o magistrado já deixou encaminhada uma audiência de reconciliação das partes, o que pode ser bom para vários casais que dependem daquela escola, ora por causa dos filhos, ora porque trabalham para ela.

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