Uma turma com 300 novos soldados do Corpo de Bombeiros do DF participou na tarde desta sexta (27) da etapa prática de instrução de combate a incêndio florestal. Em um terreno da Terracap, localizado entre o Varjão e Sobradinho, os recrutas foram divididos em 10 pelotões, fizeram aceiros e apagaram o fogo ateado pelos supervisores. “Todos passaram a semana em um curso teórico. Esse é o primeiro treinamento prático deles com incêndio”, destaca o comandante do grupamento ambiental, tenente-coronel Álvaro Albuquerque. Os alunos foram aprovados no último concurso da corporação.
Além de fazer parte do cronograma de formação da entidade, o curso irá fortalecer os 15 postos de guarnições florestais nesta época de seca. Segundo o comandante, este ano, devido às frentes frias que seguraram a umidade e ao trabalho preventivo do Corpo de Bombeiros, os registros de incêndios florestais estão menores do que no ano passado. “Até o momento contabilizamos 700 ocorrências. É um número baixo em relação aos outros anos”, compara.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o período de junho a novembro é mais crítico em relação aos incêndios. Um dado, porém, aponta um número otimista para essa temporada. “Até agora 670 hectares foram incendiados, contra 5 mil hectares registrados em todo o período de seca do ano passado”, contabiliza Albuquerque.
Para prevenir a ocorrência de incêndios, o tenente-coronel recomenda evitar queimar lixo ou podar árvores na zona rural. Segundo ele, o fogo é normalmente é empregado para fins diversos na agropecuária, na renovação de áreas de pastagem e na remoção de material acumulado. “Trata-se de uma alternativa geralmente eficiente, rápida e de custo relativamente baixo, quando comparada a outras técnicas que podem ser utilizadas para o mesmo fim. Mas é uma prática perigosa. Nós recomendamos o incêndio controlado apenas em último caso”, aconselha.
O comandante destaca ainda que caso o incêndio controlado seja a única alternativa, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) deve ser notificado. “O Ibram dá suporte, segurança e encaminhamento”, completa.
Como evitar incêndios?
1- Apagar com água o resto do fogo em acampamentos para evitar que o vento leve as brasas para a mata, causando incêndios;
2 – Não jogar pontas de cigarro acesas próximo a qualquer tipo de vegetação;
3 – Fazer queimadas somente com autorização do Ibram e de forma controlada, com a construção de aceiros – barreiras que impedem a propagação das chamas. O aceiro pode ser feito em forma de vala ou limpeza do terreno, de modo a obstruir a passagem do fogo.
Penalidade – Os infratores estarão sujeitos às penas previstas nos artigos 14 e 15 da Lei 9.605 (Lei de Crimes Ambientais), de 12 de fevereiro de 1998, que preveem prisão de três a seis anos e multas de até R$ 4.960. Esse valor pode aumentar com a regulamentação da lei, pelo Ministério do Meio Ambiente, podendo variar de R$ 50 R$ 50 milhões.