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Brasília

Biblioteca do Gama carece de tudo

Estudantes precisam enfrentar inúmeros desafios para entrar e se manter no espaço

Redação Jornal de Brasília

29/11/2023 19h08

Imagem: Google Street View

Por Guilherme Pontes
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Funcionários e estudantes da biblioteca pública do Gama, Distrito Federal, relatam múltiplos problemas com o local. Reclamações abordam infiltrações, goteiras, móveis sucateados, e falta de espaço para quem quer estudar. O ambiente é a única opção de alunos de escolas vizinhas, concurseiros, mestrandos e vestibulandos da região administrativa, e carece há anos de uma reforma.

O problema mais relatado foi a capacidade. Segundo funcionários e estudantes, o número de frequentadores do espaço vem aumentando, e não há cadeira o suficiente para todos.

“A gente tem que chegar cedo, pegar fila, para entrar e conseguir uma baia. Tem que chegar aqui em torno de 7h50 para conseguir um lugar para sentar”, relata Jaqueline Silva, concurseira que frequenta a biblioteca. “Na semana passada, umas pessoas que chegaram no turno da tarde tiveram que ficar esperando outras pessoas saírem para poder se alocar em uma das baias.” Segundo a concurseira, pessoas de todo grau educacional passaram a frequentar o ambiente de estudo depois que adicionaram uma placa frente a estrutura, informando se tratar de uma biblioteca, o que teria ocorrido há poucos meses.

Se entrar e achar uma cadeira é um problema, o resto está longe de ser perfeito. Os assentos do local estão rachados e rangem ao serem arrastados, barulho incômodo que destrói a concentração de qualquer um. Nem o teto é confiável. Sobram relatos de infiltrações e goteiras, e um enorme buraco no forro é, em toda chuva, motivo de portar o rodo.

Ilaene Nilda Gonçalves, analista da biblioteca, conta que está assim desde que realizaram uma obra. “Foram arrumar a caixa d’água, quebraram o forro e deixaram assim”, relata.

Maçanetas quebradas, computadores com defeitos e o cheiro de mofo forte nas salas, são outros problemas estruturais falados. Além do banheiro feminino, o qual, dos 4 boxes, só 2 estão funcionando.

Se o estudante chegar cedo o suficiente para reservar seu lugar, conseguir fugir das goteiras, se concentrar apesar das cadeiras que rangem e revezar a ida ao banheiro com os outros frequentadores da biblioteca, haverá de, no final do dia, enfrentar uma atmosfera de insegurança.

É unânime para as estudantes o medo que o galpão abandonado ao lado desperta. Segundo relatam, ratos vêm e vão no local, tal como traficantes e usuários de drogas. A parca iluminação quando o sol se vai ameaça aqueles que querem focar algumas horas a mais no estudo. “Gera insegurança. Tem um pé de manga aqui que deixa o estacionamento muito escuro. Às vezes peço para o guarda ficar me vigiando até eu chegar no meu carro”, diz Jaqueline.

Ano que vem a biblioteca do Gama completará uma década sem ser reformada. A última vez em que o espaço recebeu uma intervenção na estrutura foi em julho de 2014, quando bancos decorativos foram adicionados nos arredores e paredes internas derrubadas para a ampliação de salas.

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