Menu
Brasília

Baratas pegam uma carona no transporte público

Passageiros dos ônibus no DF enfrentam sujeira no caminho para casa

Guilherme Pontes

30/01/2024 20h56

Usuários do transporte público reclamam do estado de limpeza dos ônibus. Segundo relatos, chão e assentos sujos fazem parte do cotidiano de muitos passageiros diariamente, em especial nas linhas BRT. Segundo a Secretaria de Mobilidade (Semob), 39 multas foram aplicadas contra empresas de transporte em razão do estado de limpeza questionável em 2023.
A principal consequência do suposto desleixo das empresas se dá através da presença de pequenos passageiros um tanto incômodos, que sequer pagam a taxa de embarque: as baratas. Se alojando nas frestas da carroceria, os nada simpáticos insetos fazem, vez ou outra, um passeio entre os pés dos que estão se deslocando para o trabalho, estudo ou demais obrigações. Segundo o estagiário Israel Rodrigues, elas são de todo tamanho, atraídas pela sujeira que, mais do que uma vez, ele pôde presenciar no dia a dia. “Insetos em geral, têm bastante, principalmente na parte do motor, acho que por ser mais quente. Lama também, ainda mais na época de chuva”, afirma.
Para a professora Rosilene Alves, o incômodo é ainda maior, como se não fosse o suficiente ver baratas entre os seus pés, ela as vê em pleno ar. A professora enfrenta diariamente uma rotina pesada, entrelaçada em todos os pontos por linhas de ônibus. Pela manhã, tem de sair de casa no Paranoá, onde pega a condução para o trabalho no Lago Sul, e ministra suas aulas até o fim de tarde, quando se encaminha para o Gama, onde estuda no IF, de novo, através do transporte público, e a noite, um BRT a ajuda no trajeto de volta. Relata que, nos ônibus que entra, sempre nota sujeira, mas é só no ônibus sanfonado que sai do Gama, em que vê, do lado de dentro, baratas voando.
“No BRT tem alguns ônibus que estão sujos com baratinhas pequenininhas, e às vezes ele tá mais limpo, mas depende do dia. Eu já vi elas voando dentro do ônibus, principalmente à noite, durante o dia nem tanto”, relata. Usuária extensa do transporte público, diz que não há cuidado o suficiente com a limpeza do BRT, e que, por ser um ônibus fechado, deveria merecer manutenção mais ativa, e revezamento maior dos veículos, coisa que não percebe ocorrendo, de modo que a limpeza raramente seja, a seu ver, o  suficiente. “Na época da pandemia os ônibus estavam bem mais limpos. Foi a questão do desleixo mesmo. Não voltou com o mesmo esforço de antes”, denuncia.
A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) afirma que todos os veículos  do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF são lavados ao final da operação e passam por limpeza antes de seu funcionamento. As vistorias nos veículos são feitas de forma periódica, e as fiscalizações realizadas em campo. Caso seja identificada alguma irregularidade, ou falta de higiene, a empresa é autuada, e forçada a pagar uma multa de aproximadamente R$900,00 por caso de falta de higiene.
O órgão destaca ainda que os passageiros também podem fazer a manifestação das condições dos ônibus através da ouvidoria, pelo telefone 162, ou pelo site Para a denúncia é importante que o usuário informe o número do veículo, data e hora do ocorrido, para que a Semob apure e tome as consequências cabíveis.
O Jornal de Brasília entrou em contato com a empresa Viação Pioneira LTDA, responsável pelas linhas BRT, mas não recebeu retorno até a divulgação desta matéria.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado