Desde o dia 8 de janeiro deste ano, quando vândalos invadiram e depredaram prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto, as autoridades estão investigando o que aconteceu para julgar os responsáveis pelos atos antidemocráticos. Assim surgiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Criada ainda em janeiro, a CPI dos Atos Antidemocráticos ouviu 31 pessoas envolvidas com a invasão, e hoje (29), a partir das 9h, o relatório final será lido, e os deputados distritais já devem votar. Você pode acompanhar tudo pelas redes sociais do Jornal de Brasília, que também transmite pelo YouTube.
A CPI conta com sete deputados, sendo necessários pelo menos quatro votos favoráveis para que o relatório seja aprovado. Veja a lista dos parlamentares participantes:
- Chico Vigilante (PT) – Presidente
- Hermeto (MDB) – Relator
- Fábio Félix (PSOL)
- Jaqueline Silva (MDB)
- Joaquim Roriz Neto (PL)
- Pastor Daniel De Castro (PP)
- Robério Negreiros (PSD)
No decorrer desses nove meses de depoimentos, 31 pessoas foram ouvidas pelos parlamentares, fornecendo informações não apenas sobre o dia 8 de janeiro, como sobre os atos de vandalismo ocorridos em 12 de dezembro, também em Brasília.
Confira a lista de quem prestou depoimento durante toda a CPI da CLDF:
- Fernando Souza Oliveira, ex-secretário executivo de Segurança do DF;
- Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança do DF;
- Jorge Eduardo Naime, coronel da Polícia Militar e chefe do Departamento Operacional da Corporação;
- Júlio Danilo, ex-secretário executivo de Segurança do DF;
- Jorge Henrique da Silva Pinto, coronel da Polícia Militar e ex-membro da inteligência da Secretaria de Segurança do DF;
- Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de financiar acampamento no QG do Exército, em Brasília;
- Cíntia Queiroz de Castro, coronel da PM e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP);
- Adauto Lúcio de Mesquita, empresário suspeito de financiar acampamento no QG do Exército, em Brasília;
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;
- Gustavo Henrique Dutra de Menezes, general ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP);
- General Augusto Heleno, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro;
- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, coronel ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;
- Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da PMDF;
- Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Alan Diego dos Santos, condenado por tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília;
- George Washington de Oliveira, condenado por tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília;
- Flávio Silvestre de Alencar, major da Polícia Militar;
- Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro;
- Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro;
- Cacique José Acácio Serere Xavante, réu por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro;
- Armando Valentin Settin Lopes de Andrade, suspeito de planejar explodir subestações de energia elétrica do DF;
- Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Walter Delgatti Neto, hacker investigado pela invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PM;
- Ana Priscila Azevedo, apontada como uma das organizadoras dos atos terroristas de 8 de janeiro;
- Wellington Macedo de Souza, condenado por tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília;
- José Eduardo Natale, ex-coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Claudio Mendes dos Santos, PM da reserva suspeito de ensinar tática de guerrilha a bolsonaristas;
- Reginaldo de Souza Leitão, ex-chefe do Centro de Inteligência da PM.
Interrupções e suspensão
Durante leitura do documento, a sessão precisou ser interrompida após confusão entre os parlamentares. Por volta das 11h, o presidente da mesa deu palavra a Hermeto, que foi interrompido pelos colegas. “Por favor, eu peço aos meus colegas que me deixem ler o relatório”, pediu o relator.
Em paralelo, a deputada distrital Paula Belmonte pediu a palavra e, após ter pedido negado, começou a gritar reforçando a fala. Foi nesse momento que Chico suspendeu a sessão.
Após cerca de 20 minutos, Vigilante retomou a sessão. Pouco depois a leitura foi interrompida novamente para o horário de almoço e retornou às 15h.