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Brasília

Amor de pais: uma história de adoção, luto e recomeço

Hoje em um lar, Thalita seria deixada no abrigo. Bruno e Luiz apareceram para mudar o rumo da história da criança

Redação Jornal de Brasília

15/08/2022 18h38

Foto: Arquivo de família

O sonho começou cedo. No início, a vontade era ser pai de menino. E ainda sem saber o sexo da criança, sabia que o sonho dele ainda estava vivo. A surpresa de descobrir que seria pai de menina foi grande, só não foi maior que o amor inexplicável que nasceu assim que a menina veio ao mundo. Bruno Silva realizou o sonho de ser pai. O marido Luiz Brilhante também se aventurou. Thalita Brilhante reescreveu a história dos dois.

Acaso

Hoje em um lar, Thalita seria deixada no abrigo. Bruno e Luiz apareceram para mudar o rumo da história da criança.

“Conheci a mãe da minha filha quando ela estava com seis meses (de gravidez). E ela ia deixar no abrigo ou no hospital e eu falei que não! Eu disse que a gente teria a Thalita pra gente.”

Luiz, abraçado à menina, com Bruno. Amor desde o início. Foto: Arquivo de família

Bruno tomou a decisão sem avisar o marido. Luiz não sabia de nada, mas o companheiro estava convicto que seria pai de Thalita. O homem afirmou que mesmo se o marido falasse que não continuaria com o plano.

A parte mais bonita da história…

Quando Thalita chegou, Bruno e Luiz estavam vivendo uma situação delicada. O casal não tinha onde morar, o aluguel estava atrasado e o dinheiro era pouco.

Mesmo assim, o pai de Thalita explicou que não poderia deixar a criança ser levada para um abrigo e que o pouco que tinha poderia ser compartilhado com ela. Depois que ela chegou, segundo Bruno, as coisas mudaram: “Cinco meses depois dela ter nascido, a nossa vida deu um “plus”. Luiz conseguiu emprego, eu também e foi muito bom.”


O luto

O momento mais difícil da família foi enfrentar a separação e o luto. Em dezembro de 2021, Luiz faleceu e deixou a família sem um dos seus grandes pilares. Mas, três meses antes, o casal havia se separado e os três tiveram que enfrentar um momento doloroso.

“A coisa mais difícil que eu vivi com a Thalita foi quando ela pediu o pai de volta e eu não tinha como. Eu que já tinha ajudado várias (Bruno é Babalorixá – da crença espírita) pessoas e eu não tinha como dar a vida a ele naquele momento”, lamenta.

Agora, o dia dos pais tem um cenário diferente na vida da família. Será o primeiro sem Luiz Brilhante. O homem que, segundo Bruno, foi um pai maravilhoso, carinhoso e amoroso. Gostava de ficar abraçado com Thalita, de dar vários beijos na menina e de deixa-la acima de muitas coisas.

O amor que não era limitado a filha. Com Bruno ele também era amoroso. “Meu marido me amava muito, fazia minhas vontades – então até a culpa se eu ser mimado também é ele.”

Ser pai

Bruno sempre quis ser pai. Como explicado no início do texto, ele ficou surpreso quando descobriu que teria uma menina. O sonho que levou a família a um grande aprendizado:

“O maior aprendizado é que o amor não tem limites. O amor uma hora é cego, outra hora é egoísta. Ele te traz felicidade, ele te traz tristeza. Mas o aprendizado é que o amor é uma coisa poderosa”, desabafa.

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