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Brasília

Ameaça em escola de Samambaia preocupa pais e professores

PMDF realizou revistas e investiga possível intenção de massacre no CEF 504 da cidade

Vítor Mendonça

03/04/2023 19h16

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O Centro de Ensino Fundamental (CEF) 504 de Samambaia Sul foi alvo de policiamento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na manhã desta segunda-feira (3). A corporação esteve presente no local após uma ameaça de massacre com arma branca supostamente feita por um dos alunos do local. Os policiais revistaram alguns alunos e fizeram o policiamento na porta da instituição de ensino.

A ameaça surgiu nas redes sociais no último sábado (1º), quando um perfil do Instagram, em que alunos denominam como “sigiloso”, publicou a fala anônima de um dos supostos estudantes do colégio, que escreveu: “Se preparem e orem muito, [CEF] 504. Segunda-feira é o dia do massacre. Já tô de olho em 5 pessoas que me zoam. Vai ser só facada no coração”.

Diante da ameaça, pais e professores do colégio ficaram alertas para possíveis ocorrências dentro da instituição de ensino, uma vez que a ameaça colocava em risco a integridade física tanto de alunos quanto de docentes.

A reportagem entrou em contato com um familiar de estudante do CEF 504 e, de acordo com o relato, mesmo com a presença da PMDF, a situação é de receio quanto à integridade física dos adolescentes da escola. “Mandamos nossos filhos morrendo de medo. As crianças todas também estão com medo”, relatou. De acordo com a fonte ouvida pelo Jornal de Brasília, outras ameaças haviam se espalhado pelo colégio.

“Semana passada escreveram [ameaças parecidas] nas carteiras das salas de aula e nas portas do banheiro das meninas, de que haveria um massacre na escola. Não sabemos o que fazer”, continuou o familiar. “Tá virando moda [as ameaças nas escolas]. Os adolescentes querem amedrontar. Triste saber que tem pessoas na escola com esse pensamento”, disse.

Outros familiares de alunos estão em comunicação direta com a direção da escola para entender o que tem acontecido dentro do colégio, para que o autor das ameaças seja encontrado e as medidas cabíveis sejam tomadas. De acordo com o relato ouvido pela reportagem, uma ocorrência também foi aberta junto à Polícia Civil do DF (PCDF).

“Não temos muito o que fazer a não ser esperar. […] Todo telefone tem um número de série e queremos que achem [o autor da mensagem], porque queremos saber porque o adolescente fez isso. É necessário achar quem escreveu aquilo, não para fazer mal, mas para entender o porquê de querer fazer isso e conversar. […] Por mais que seja uma brincadeira, é uma ameaça de fato. Virou algo mais sério que isso”, destacou. “Vamos viver amedrontados até quando?”

A reportagem tentou contato com a direção da escola para entender as providências tomadas para além do comunicado com as polícias do Distrito Federal, mas não obteve retorno a respeito. O espaço permanece aberto para quaisquer esclarecimentos.

Preocupação na Educação

Em nota ao JBr, a Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) destacou “preocupação com os episódios de violência e ameaças de ataques em escolas”, não apenas na capital, mas em todo o país. A pasta destaca também que repudia qualquer ato de violência dentro e fora das unidades escolares.

“A SEEDF esclarece que, para combater ações de violência dentro das unidades escolares, implementou, em março de 2022, o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas. A Portaria nº 281 institui a comissão da Secretaria de Educação encarregada de discutir, propor e criar ações para promover a paz nas unidades de ensino”, destacou.

Dentro da comissão, com o apoio de instituições parceiras, como a Universidade de Brasília, a pasta informou que planeja oferecer projetos, programas e ações que buscam o fortalecimento da reflexão nas escolas, prezando pela conscientização dos alunos, e o combate às violências física, psicológica e sexual dentro das instituições de ensino.

Em março de 2022, 126 escolas foram selecionadas para receber o programa da pasta, onde foram detectados mais casos de brigas entre os alunos, mas agora qualquer escola pode receber as ações, desde que haja um pedido da Coordenação Regional de Ensino e das próprias escolas. Também foi criado um canal direto entre os coordenadores das Regionais de Ensino e a Polícia Militar.

“As ações para a promoção da cultura de paz nas escolas estão sendo feitas por meio de equipe de psicólogos, profissionais especializados em mediação de conflitos e comunicação não violenta através de ações nas escolas, além de apoio a saúde emocional da comunidade escolar, tanto estudantes, como professores e servidores, assim também com acolhimento e sessões de escuta solidária em projetos de gerenciamento de estresse”, finalizou a SEEDF em nota.

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