Menu
Brasília

Alerta para dengue

DF tem alta nos casos de dengue. Em uma semana, a capital registrou aumento de 20,47% de contaminações pelo Aedes Aegypti

Redação Jornal de Brasília

24/03/2021 5h37

Mayra Dias
[email protected]

“Neste período de pandemia, os principais criadouros do mosquito Aedes Aegypti continuam sendo encontrados pelas vistorias nas residências, como baldes sem tampa, vasilhas, pratos de plantas e caixas d’água destampadas”, declara Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde, órgão vinculado à Secretaria de Saúde (SES-DF). No nono boletim epidemiológico de 2021, realizado pela pasta, o DF registrou 2.118 casos prováveis de dengue. “Não se pode descuidar da atenção. É importante que toda a população tire dez minutos por semana para inspecionar seu quintal e possíveis áreas que podem acumular água parada”, completou Divino.

O número contabilizado no documento, representa um aumento de 20,47% quando comparado ao oitavo levantamento do ano, quando esse valor era de 1.758 casos. Apesar de não terem ocorrido óbitos decorrentes da doença nesses três meses de 2021, a população não deve voltar suas atenções apenas à pandemia e esquecer a gravidade dessa outra enfermidade.

Não se deve relaxar

Este ano, contudo, os casos de dengue na capital federal apresentaram um decréscimo de 74,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2020, foram computados 8.249 casos prováveis. “Mesmo sendo uma queda bastante considerável, as ações de combate à dengue manterão o mesmo ritmo de execução”, revela o subsecretário. Conforme desenvolve Divino Valero, a proporção de aumento semanal tem seguido a mesma tendência, e a Secretaria de Saúde acompanha de perto esse dado. “Semanalmente são discutidas estratégias internas da Vigilância Ambiental e também discussões da Sala Distrital de Ações de combate ao Aedes, que conta com a parceria de diversos órgãos do GDF que atuam em medidas preventivas e de combate”, ressalta o titular.

Dentre as entidades envolvidas nesse processo, estão instituições como a Secretaria de Políticas Públicas, as secretarias das Cidades, da Agricultura, da Educação, da Comunicação, da Casa Civil, do Serviço de Limpeza Urbana, DF Legal, Novacap, Caesb, DER, Corpo de Bombeiros Militar, Emater, Ibram, administrações regionais, entre outros. O trabalho de vigilância, dessa forma, é preventivo, e objetiva evitar que o mosquito sobreviva. Por isso, o trabalho desenvolvido por todos esses colegas é de suma importância. Divino salienta que, as ações de combate ao mosquito desenvolvidas pelos órgãos, acontecem diariamente, e que cada Região de Saúde conta com equipes de Vigilância Ambiental para vistoriar residências, imóveis abandonados e espaços que estão sem uso, como prédios abandonados.

A Região de Saúde Norte, por sua vez, foi a que apresentou o maior percentual de casos prováveis (37,1%) em relação ao total de casos do DF. Em seguida, está a região Sudoeste, com 17,8%. O boletim mostrou também que, entre as cidades com mais casos prováveis, estão Planaltina, com 389 casos, Ceilândia, com 213, Sobradinho II, com 194, Sobradinho e Samambaia, com 188 e 136 respectivamente. Estas cinco regiões administrativas apresentaram um número de 1.120 casos prováveis de dengue,resultando em 52,9% do total de casos prováveis de todo o Distrito Federal.

Ao analisar a seriedade da situação, o administrador de Planaltina, Antônio Célio Rodrigues, contou já ter ido atrás de soluções. “Já estamos em contato com a Novacap para buscar ajuda neste problema estrutural”, garante. O gestor salienta ainda que, ao serem notificados sobre possíveis criadouros do mosquito, a administração sempre aciona outros órgãos para sanar o problema da forma mais rápida possível. “Sobre os terrenos abandonados, sempre que recebemos denúncias, fazemos trabalho conjunto com a Vigilância Ambiental e as medidas necessárias são tomadas”, diz.

Como medida de prevenção, Antônio Célio explica que, através das redes sociais, a administração divulga, constantemente, publicações de conscientização. “Além disso, nossa equipe faz, diariamente, recolhimento de entulho na cidade, para evitar que o mosquito prolifere”, expõe. Todavia, o administrador chama atenção para a importância do papel do morador. “A comunidade deve fazer sua parte, não jogando lixo/entulho em locais indevidos e cuidando de seus quintais”, completou.

No mês de março, foi realizada, na cidade, a ação de visitas domiciliares para bloqueio de circulação viral do mosquito Aedes Aegypti. Ao todo, 321 casas foram visitadas em um único dia, e foram feitos tratamentos em todos os domicílios em que foram identificados possíveis focos do transmissor. Em conjunto com as vistorias, o carro fumacê tem percorrido os bairros de Planaltina e aplicando o inseticida nos locais. “Fazemos esse trabalho dando apoio às equipes da Vigilância Ambiental, que realizam este serviço nas regiões de maior manifestação de casos”, pontua Antônio Célio. Vale ressaltar que, mesmo durante a pandemia, o trabalho de inspeção das equipes da Vigilância Ambiental não cessou.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado