Matheus Garzon
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O médico Wesley Murakami, acusado por pelo menos 14 pacientes de ter o rosto deformado em procedimentos estéticos, foi solto pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele tinha sido preso em dezembro do ano passado, em Goiânia, pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes (Corf), da própria Polícia Civil.
De acordo com a PCDF, a prisão temporária de Wesley foi decretada “para a coleta de provas nas clínicas e residência do envolvido, pois poderiam ser destruídas. ” A detenção, ainda de acordo com a Polícia, buscava ajudar na identificação de novas vítimas no DF.
Um novo encarceramento, no entanto não está descartado. “Caso haja alguma possibilidade de coação, por parte do médico, uma nova prisão pode ser decretada pela Justiça”, afirma a nota divulgada pela Polícia Civil.
Suspensão
Vale lembrar que a soltura de Murakami não significa que ele poderá voltar a atuar como médico. Desde o dia 14 de dezembro que os registros dele nos Conselhos Regionais de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) e de Goiás (Cremego) estão suspensos.
Em Goiás, a Polícia Civil do estado informou que os inquéritos sobre o médico Wesley Murakami continuam em andamento no 4º DP de Goiânia. Ao todo, das 14 vítimas que denunciaram procedimentos do profissional, 13 foram ouvidas e outra não retornou à delegacia para prestar mais esclarecimentos. As demais diligências e eventuais medidas cautelares permanecem em sigilo, de acordo com a PCGO.
Relembre o caso
No começo do mês passado, o Jornal de Brasília, divulgou, com exclusividade, denúncias de vários pacientes que foram submetidos a procedimentos estéticos feitos por Wesley Murakami, ou “Dr. Murakami”.
O que o médico fazia, na verdade, era a chamda bioplastia, caracterizada como um preenchimento com o PMMA – polimetil- metacrilato. Por ser um plástico, seus efeitos são irreversíveis e definitivos. Apenas dermatologistas ou cirurgiões plásticos podem prescrevê-lo. A recomendação é de que seja utilizado em casos específicos.
O resultado dos procedimentos eram catastróficos e vários pacientes ficaram com o rosto deformado.
Repórter do Jornal de Brasília ainda se consultou com médico denunciado e relatou detalhes da experiência.