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Brasil

Butantan diz que Anvisa retarda importação de matéria-prima e impede fabricação da vacina chinesa no Brasil

Com isso, a vacina poderia começar a ser aplicada em milhares de pessoas tão logo a sua eficácia em testes clínicos fosse comprovada, o que pode acontecer antes do fim do ano

Redação Jornal de Brasília

22/10/2020 17h49

Mônica Bergamo
São Paulo, SP

O diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirma que a Anvisa está retardando a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica Sinovac que possibilitará a fabricação da vacina chinesa no Brasil.

O plano original do instituto é receber em outubro 6 milhões de doses do imunizante Coronavac já prontos. E fabricar no Brasil, até dezembro, as outras 40 milhões de doses a partir da matéria-prima que chegaria da China.

Com isso, a vacina poderia começar a ser aplicada em milhares de pessoas tão logo a sua eficácia em testes clínicos fosse comprovada, o que pode acontecer antes do fim do ano.

Dimas Covas afirma que enviou um pedido formal de liberação excepcional da importação do produto no dia 23 de setembro. E diz que, nesta quinta (22), recebeu a informação de que o assunto só será tratado em uma reunião marcada para o dia 11 de novembro.

“Estou inconformado e ansioso”, afirma ele. “Uma liberação que ocorre em dois meses deixa de ser excepcional”, segue.

“A fábrica do Butantan já está pronta para produzir a vacina”, diz . “Estamos esperando apenas a autorização para importar a matéria-prima e começar o processo.”

Ele explica que, entre a chegada da matéria-prima, a fabricação, os testes de qualidade e a liberação da vacina são necessários cerca de 45 dias.

Caso a liberação só saia em novembro, a produção das primeiras doses do imunizante só será finalizada em janeiro.

Ou seja, mesmo que testes mostrem que ela é segura e eficaz, não haverá quantidade disponível de vacina para uma imunização em larga escala da população.

Na quarta (21), o presidente Jair Bolsonaro partiu para o ataque à vacina chinesa e cancelou um protocolo de intenções firmado entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para a aquisição da Coronavac e posterior distribuição dela pelo SUS.

Bolsonaro definiu o imunizante como “vacina chinesa do [João] Doria” e ainda colocou o produto sob suspeição ao dizer que ele vem da China e que “esse vírus teria nascido lá”.

Questionada, a Anvisa ainda não se manifestou.

As informações são da FolhaPress

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