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Vinhos e Vivências
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Vinícola brasileira ganha destaque em feira italiana

Valparaíso Vinhos e Vinhedos é 1ª vinícola nacional convidada a participar de importante feira de vinhos de mínima intervenção, na Europa.

Cynthia Malacarne

03/03/2024 10h26

Foto: Arnaldo Antonio Argenta. Crédito: Divulgação

Foto: Arnaldo Antonio Argenta. Crédito: Divulgação

A Valparaíso Vinhos e Vinhedos, localizada em Vila Rica, município de Barão, na Serra Gaúcha, é o projeto de vida da família do engenheiro agrônomo Arnaldo Antonio Argenta. Apaixonado pela profissão, ele dedicou toda a sua carreira ao cultivo da uva.

Em 2006, Arnaldo Argenta adquiriu a propriedade que, na década de 1970, foi considerada a maior plantação de uva em extensão do Brasil (na época, chamada Granja Valparaiso) e, desde então, vem investindo em técnicas de produção inovadoras, o que tornou a propriedade um modelo na região.

Dentre as mais de 45 variedades de uvas produzidas, destacam-se 9 vitis viníferas utilizadas na elaboração de vinhos finos e espumantes, sendo elas: Nebbiolo, Pinot Noir, Sangiovese, Pinot Grigio, Rondinella, Garganega, Torrontés, Moscato Alexandria e Chardonnay.

A filosofia da vinícola é oferecer vinhos na sua forma mais natural e genuína, o que só é possível tendo-se matéria-prima de alto nível. No vinhedo, adota-se o “Sistema Protegido”, uma técnica que exige alto investimento e experiência, mas que propicia inúmeros benefícios. O principal deles é a drástica redução de tratamentos fitossanitários em comparação ao cultivo tradicional de uvas. Isso resulta em frutas com menor resíduo químico, mais saudáveis pelo efeito da redução de doenças e com maturação uniforme, permitindo a colheita no ponto ideal. Consegue-se assim extrair todas as características enológicas que a variedade oferece, como aromas, acidez e açúcares.

Toda essa qualidade e processo de produção chamou a atenção dos organizadores da Bologna Slow Wine – importante feira de vinhos de mínima intervenção, na Europa –, realizada na Itália. Ter uma vinícola brasileira estreando nesse famoso evento de vinhos naturais, enche-me de orgulho, ainda mais quando é uma propriedade familiar de pequeno porte.

Conversei com Naiana Argenta, filha de Arnaldo, durante o período em que estavam na feira, aqui na Itália. Ela, atualmente, é a responsável por toda parte comercial e marketing da Valparaíso.

Como surgiu o convite para participar da Bologna Slow Wine?
Foi uma honra ter sido convidada para apresentar nossos vinhos nesse evento tão importante. A Valparaíso Vinhos e Vinhedos é afiliada ao movimento Slow Food no Brasil. Um membro dessa instituição provou nosso rótulos numa feira em São Paulo e constatou que nossos produtos vinham de encontro com a filosofia de baixa intervenção e elaboração mais natural, e nos convidou para fazer parte desse movimento.
Os vinhos da Valparaíso são elaborados conforme os preceitos exigidos pelas instituições Slow Food e Slow Wine, ou seja, no campo, não são usados produtos químicos, como herbicidas e pesticidas, e é feito tratamento do solo para a sua recuperação, tornando-o mais saudável. Na adega, não são adicionados aditivos aos vinhos e a fermentação alcóolica é feita utilizando as leveduras da própria uva.

Como foi a receptividade dos visitantes da feira ao provar vinhos brasileiros elaborados com uvas italianas?
De início, via no rosto das pessoas a expressão de surpresa, já que era o único stand brasileiro. O público perguntava: vinhos brasileiros? Elaborados com uvas italianas? Mas logo que os provavam, ficavam maravilhados com a qualidade, e depois que conheciam a história da família e da vinícola, admiravam ainda mais os nossos produtos. O feedback final foi muito positivo por parte dos degustadores europeus. O sucesso dos vinhos na feira foi tão grande que uma famosa jornalista italiana visitou o stand e elogiou muito os nosso rótulos. Esse reconhecimento foi muito importante para mostrar que todo o trabalho realizado pela Valparaíso está dando resultado. Além disso, fomos convidados para falar sobre o método utilizado por Arnaldo de regeneração do solo.

Qual era a expectativa ao participar da feira? Vocês atingiram o resultado?
O ganho maior é a troca de informação e experiências entre os produtores. Claro que sempre desejamos encontrar mercado para nossos vinhos, pois gostaríamos de exportá-los, mas as visitas técnicas e conversas são muito enriquecedoras.

Como apoiadora do vinho nacional e de mínima intervenção, tenho muito orgulho da trajetória da Valparaíso. Conheci a Naiana e seus vinhos há 3 anos, quando morava em Brasília, e ver sua evolução e crescimento me deixa muito feliz.

Clique aqui para conhecer mais o projeto e provar os vinhos da Valparaíso.

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