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Sua expressão tem te denunciado?

Para evitarmos as reações indesejadas e ão denunciarmos a verdadeira emoção, devemos aplicar a gestão dos sentimentos e uma consciência ativa grande parte do tempo

Luana Tachiki

22/11/2023 14h47

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Acompanhe a leitura deste conteúdo com o áudio a seguir:

 

Você é do tipo que se entrega só de olhar? Ou você faz parte do time dos que disfarçam bem suas emoções? Se a segunda opção é a sua versão, saiba que nós até conseguimos manipular por um curto período de tempo as expressões faciais e demonstrar exatamente o que queremos, aquilo que a consciência pontua, aprova e deseja. Mas nunca por todo o tempo, já que em algum momento os verdadeiros sentimentos serão externados de alguma forma.

“A linguagem corporal denuncia nossos pensamentos e emoções. Dificilmente é possível manipular a forma com que nosso corpo se comunica, ou pelo menos, não por muito tempo. […] Nossas atitudes e emoções são continuamente reveladas por nossos rostos, coisa de que estamos completamente inconscientes a maior parte do tempo.” (Allan e Barbara Pease, em “Desvendando os segredos da linguagem corporal”).

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Para evitarmos as reações indesejadas e não denunciarmos a verdadeira emoção, devemos aplicar a gestão dos sentimentos e uma consciência ativa grande parte do tempo. Veja o exemplo:

Um corretor de imóveis vai fechar um contrato milionário e não quer demonstrar nervosismo nem ansiedade, já que se trata de uma situação de estresse e desgaste emocional por possivelmente envolver uma excelente comissão e um esforço e dedicação de meses até a chegada deste momento tão importante. Certamente, esses fatores trarão inquietação e será desafiador não retratar o que está sentindo. Se esse profissional conseguir driblar a realidade do seu interior e demonstrar confiança, segurança e firmeza, ele conseguirá agregar valor à sua venda e ao seu imóvel, proporcionando, implicitamente, a ideia de que, se o cliente perder o interesse em adquirir a casa, outro interessado irá comprá-la. Em algum momento de distração, o vendedor poderá, sim, demostrar seu verdadeiro estado, mas, ainda assim, vale a pena gerenciar as emoções e atenuar sentimentos de ansiedade e medo, de modo a comprometer menos sua credibilidade na negociação.

Em contrapartida, muitos de nós somos autênticos e demonstramos emoções de maneira intensa e, às vezes, elas podem nos deixar em apuros. Isso acontece quando temos reações impróprias — podemos sentir e demonstrar a emoção correta e camuflar por algum tempo, mas acabar manifestando com intensidade errada. Por exemplo: quando nos apavoramos, a preocupação se justifica, mas reagimos exageradamente. Ou quando estamos com raiva, o sentimento é legítimo, mas ficar em silêncio pode ser contraproducente e infantil, a depender da situação.

Podemos escolher amortecer a reação das nossas emoções? Devemos. Quando optamos em não reagir mediante nossa natureza reativa, estamos aplicando a inteligência emocional. Quando alguém fura a fila na nossa frente, nos enfezamos, certo? Mas podemos mudar nossa reação, ficando desdenhosos ao invés de irritados, não acham?

Se não pudermos eliminar ou mudar nossa reação com relação a um gatilho, poderemos, ao menos, enfraquecer seu poder e não reagir inadequadamente. É por este e outros motivos que não devemos nos render às emoções.

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E como descobrir se estou ‘me entregando’ através das minhas expressões gestuais e microfaciais?

  • Incongruência dos gestos com o objeto de fala. Se você diz que está feliz em rever um antigo parente e super empolgada com a chegada da família dele em sua casa, mas sua linguagem corporal não é congruente com essas declarações, você está camuflando as verdadeiras emoções;
  • Sorriso sem “pés de galinha”. O sorriso genuíno deixa marcas, e sim, são os famosos “pés de galinha”. Os demais provavelmente são falsos;
  • Fala monossilábica, limitando o diálogo em poucas palavras, embora, no discurso, diz estar feliz e empolgada. Quem está entusiasmado faz perguntas, prolonga a conversa, e não o contrário;
  • Voz sem animação demonstra desinteresse. Caso haja uma fala sem emoção e afirmações de que está super empolgada, certamente é um discurso falacioso, já que se trata de uma mensagem sem intensidade e entrega;
  • Semblante preocupado/triste num discurso de que está tudo bem. Sabe quando você responde que está tudo bem só por educação, muitas vezes, verbalizando um “estou muito bem, obrigado”, mas a verdade é bem contrária? Não está nada bem;
  • Trazer uma conscientização da sua fala com sua linguagem corporal fará com que você tenha mais êxito nos seus objetivos comunicacionais.

Este artigo usou trechos de “Desvendando os segredos da linguagem corporal”, de Allan & Barbara Pease, e “A linguagem das emoções”, de Paul Ekman

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