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O corpo fala

Como identificar o estado emocional de quem “está com a palavra”?

Luana Tachiki

14/03/2023 13h37

Atualizada 21/03/2023 14h18

Foto: Carlos Barria

Ninguém quer demonstrar nervosismo, ansiedade e insegurança na hora de expor suas ideias, principalmente, em público. Queremos demonstrar segurança, eloquência, firmeza e clareza. Mas nem sempre é assim que ocorre. Na verdade, quando chamam nosso nome e temos de levantar para ir em direção ao microfone até mesmo para trazer uma “palhinha” de agradecimentos, o habitual é sentirmos tremor, disfonia, boca seca, taquicardia, hipertensão, sudorese e outros sintomas advindos de um desconforto da qual não dominamos.

A questão é: o quanto disso tudo demonstramos em público? O quanto das nossas emoções e sentimentos são denunciados pelo mecanismo de defesa do nosso organismo?

A resposta é: depende.

Para exemplificar, usemos a premiação do Oscar 2023. A vencedora do prêmio de melhor atriz, Michelle Yeoh, por ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’, foi estonteante para buscar seu prêmio, mas em diversos momentos do discurso, a oculésica dela (direção do olhar) focou pra baixo — e não, não foi confusão de enquadramento da câmera. Foi neste instante que sua linguagem não verbal denunciou uma certa timidez. Será que ela queria demonstrar timidez num momento histórico em que levava a estatueta pra casa representando a primeira asiática a ganhar o prêmio naquela categoria como melhor atriz? Certamente foi inconsciente. De qualquer forma, tímida ou empoderada, ela levou o prêmio, merecidamente, e fez história. Parabéns, Michelle!

Já o vencedor do prêmio de melhor ator, Brendan Fraser, por ‘A Baleia’, trouxe posições de empoderamento em grande parte do seu discurso. Ergueu a estatueta, arregalou os olhos e proferiu um discurso genuíno, vulnerável e carregado de emoções. Ele demonstrou exatamente o que queria: superação, emoção, gratidão e felicidade extrema! Suas palavras foram condizentes com sua linguagem não verbal.

Dados os diferentes comportamentos, pergunto: qual deve ser o nível de inteligência emocional para aplicar instantaneamente no momento oportuno? Você sabe de técnicas de empoderamento e respiração, por exemplo, para aplicar numa situação de crise e conseguir gerir melhor o seu emocional?

Saber algumas técnicas pode não resolver 100%, pois é impossível controlar às reações emocionais de estímulos externos por completo, mas é possível minimizar os níveis de cortisol e adrenalina, por exemplo, com aplicabilidade de alguns métodos. Isso já ajuda e muito para externar mais segurança e menos desespero.

Especialistas no assunto, Allan & Bárbara Pease, autores do livro ‘Desvendando os segredos da linguagem não verbal’ (considerado a bíblia da comunicação de empresas do mundo inteiro), afirmam que não conseguimos, majoritariamente do tempo, manipular nossas emoções e nem a demonstração delas; mas isso é possível por um período limitado. Em algum momento nosso organismo denunciará fisiologicamente e/ou através de microexpressões faciais – o que de fato estamos pensando e sentindo.

No entanto, o que podemos e devemos ter, é consciência do que informamos. Ter uma conscientização do que o seu corpo informa é importante. Devemos evitar informar algo sem perceber. Se você está triste porque brigou com seu cônjuge, na noite anterior e não quero demonstrar isso no ambiente corporativo, você deve ter a consciência de que em algum momento não conseguirá segurar as verdadeiras emoções e se alguém perceber, está tudo bem, tenha à consciência de que se estiver triste e essa tristeza se tornou notável para alguém, isso não será uma surpresa você.

O que devemos ficar atentos é de querer demonstrar alegria, felicidade, por exemplo, e trazer uma linguagem corporal incongruente que denuncie algum sentimento oculto sem que você a perceba.

O que você tem discursado está condizente com sua linguagem não verbal ou você tem denunciado emoções ocultas?

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