Você sabe a diferença entre esgotamento mental e burnout? Pela semelhança dos sintomas, eles podem ser confundidos, mas cada um tem suas peculiaridades.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os brasileiros são o povo mais ansioso do mundo e, de acordo com o International Stress Management Association (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse), ISMA, o Brasil é o país com maior índice de pessoas diagnosticadas com burnout, síndrome que acomete 30% dos profissionais. A palavra “burnout” traduz-se como “queimar-se por completo”, o que faz sentido se considerar os sintomas de esgotar-se por inteiro.
O termo burnout foi criado pelo médico psiquiatra alemão-americano Herbert Freudenberger, na década de 1970, e, descrito como um distúrbio psíquico e estresse crônico, capazes de levarem ao esgotamento emocional, físico e mental, provocado por condições de trabalho desgastantes. O burnout, que é um nível de stress devastador, só se popularizou na década de 1990, nos Estados Unidos, e hoje é bem debatido no mundo.
Essa síndrome tem como principal característica o esgotamento mental, mas apresenta vários outros sintomas. Tanto que, em 2019, a sua definição foi revisada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). Antes, o burnout era descrito apenas como um “estado de exaustão vital”. Podia ser interpretado até como resultado de um infortúnio em casa ou na família.
Atualmente, ele já é um vilão para os profissionais que trabalham com cargas elevadas de responsabilidades, atividade, funções e excesso de informações. “A síndrome de burnout é o resultado direto do acúmulo excessivo de estresse, de tensão emocional e de trabalho, e é bastante comum em profissionais que trabalham sob pressão constante, como professores, profissionais de saúde e agentes de segurança. Quando o fator estressor é outro – que não o laboral –, estamos diante de outro tipo de exaustão física e mental”, explica Dr. David Paliari Zuin, endocrinologista e nutrólogo no Hospital São Francisco, em Mogi Guaçu (SP).
“O burnout não atinge apenas quem está insatisfeito com o trabalho, mas também quem ama o que faz. É o canto da sereia que, se não tomar cuidado, pode arrastar o trabalhador para o fundo do mar”, reflete o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, autor de ” A exaustão no topo da montanha, da Editora Paidós.
O esgotamento mental é uma doença igualmente séria e que também apresenta sintomas físicos e emocionais, que podem não estar relacionados, diretamente ou exclusivamente, ao trabalho, mas a qualquer outra atividade estressante e que possa influenciar negativamente no ambiente organizacional. “Trata-se de um conjunto de sintomas de falta de energia mental, provocados pela sobrecarga de atividades, estímulos, emoções e preocupações”, descreve José Roberto Marques, especialista em comportamento humano e presidente e fundador do Instituto Brasileiro de Coaching – IB. “Isso pode gerar sérios problemas. Do ponto de vista profissional, a produtividade é diretamente afetada, visto que o funcionário com a síndrome tende a ter um rendimento bastante inferior, se comparado a ele mesmo em perfeitas condições físicas e mentais”, observa Roberto.
Vamos às diferenças:
O Burnout está sempre relacionado ao stress exacerbado laboral, ou seja , no trabalho.
Os sintomas podemos ser:
- Agressividade;
Isolamento e desapego;
Mudanças bruscas de humor;
Doenças frequentes;
Irritabilidade;
Dificuldade de concentração;
Sentimento de derrota;
Lapsos de memória;
Depressão;
Pessimismo;
Baixa autoestima;
Ausências no trabalho;
Crises de ansiedade antes do expediente.
Sintomas da exaustão mental:
- Cansaço persistente;
Dificuldade de concentração;
Falha de memória;
Insônia ou excesso de sono;
Perda de habilidades que antes eram naturais;
Ansiedade;
Suor frio;
Irritabilidade e choro fácil;
Desânimo e falta de prazer;
Tristeza e angústia.
Sintomas da exaustão física:
- Dores musculares por todo o corpo;
Apatia;
Desmotivação e desânimo;
Gripes e resfriados constantes causados pela baixa resistência imunológica;
Palpitações cardíacas;
Problemas estomacais;
Distensão muscular;
Cansaço persistente;
Sono não reparador.
Bizus para equilibrar vida pessoal e profissional:
- Reserve um dia da semana para se desligar do trabalho e fazer o que você gosta. Alguns tiram o sábado, outros o domingo. Escolha o seu e suma do mapa;
- Faça pausas de descompressão entre 15 e 30 minutos durante o dia. Saia para uma pausa breve, seja num café, uma visita a alguém próximo ou uma simples sentada ao ar livre;
- Tire uma ou duas horas para relaxar durante o dia ou à noite, desligando-se da trabalho. Sim, relaxe.
Desconecte-se por por algumas horas ou dias. Principalmente, dos aparelhos eletrônicos. O intuito é você relaxar a mente, lembra? - Exercícios físicos, certamente, trarão mais vigor físico e mental e proporcionará mais fôlego para as atividades laborais;
- Espiritualidade. O corpo é feito de corpo, alma e espírito e é necessário buscar as coisas lá do alto para viver em harmonia com Deus e as pessoas ao seu redor.
Às vezes, é necessário dar um passo para trás para avançar dois logo à frente. Todos precisam de um tempo a sós para fortalecer o relacionamento intrapessoal, e, só então, seguir com o relacionamento interpessoal.
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