Hoje, segundo consta de nota oficial, a Confederação Brasileira de Basquete irá manifestar-se oficialmente sobre a suspensão imposta pela FIBA (Federação Internacional de Basquete) à entidade. Punição que proibe a participação de equipes brasileiras (seleções ou clubes, o que prejudica, de pronto, Flamengo e Bauru no Sul-Americano) em qualquer evento internacional até, pelo menos, 28 de janeiro. Certamente serão apresentadas lamúrias e explicações desencontradas. É bem provável que a vilã passe a ser a federação internacional. Quase com certeza a crise do país será culpada pelas dívidas. Só não dirão o que todos efetivamente queremos saber: até quando o basquete brasileiro irá pagar, também fora das quadras, os micos que já vem protagonizando quando a bola laranja é lançada para o alto e o jogo começa.
É inadmissível que um país com três títulos mundiais (dois no masculino, um no feminino), participações destacadas em Jogos Olímpicos e vitórias históricas em outras competições (como esquecer o ouro no Pan Americano de Indianápolis, batendo os Estados Unidos, dentro de casa?), passe por situações tão vexaminosas como vivemos, por exemplo, nos Jogos Olímpicos Rio 2016 quando as duas equipes caíram na primeira fase? E a quase ausência no Mundial masculino, quando éramos, até então, os únicos países (junto com os Estados Unidos) a participar de todas as edições? Mantivemos o histórico, mas na verdade compramos a vaga – e esta compra é uma das responsáveis pela atual suspensão, porque a dívida não foi paga.
O basquete brasileiro precisa renovar-se. Dentro e fora das quadras. Vemos brilhar, a nível interno, no NBB (o Brasileiro masculino da categoria) os mesmos jogadores há cinco, dez anos. Os novos que se destacam vão embora. Rápido. Vão jogar na Europa ou na NBA. Poderiam ficar aqui mais um pouquinho, ajudar a elevar o nível, atrair novos jogadores… Só que a nossa falta de estrutura os empurra para o exterior. E com essa punição… Como explicar, por exemplo, a um garoto de uma seleção sub-15, ou sub-17, que ele não poderá participar de um Sul-Americano porque os cartolas da entidade maior de seu esporte estão devendo lá fora? Pior… Como explicar quando estes garotos sabem que as mordomias correm soltas para estes mesmos cartolas quando viajam para as competiçõe? Como falei, explicações, hoje, deverão ser muitas. Certamente passaram o feriado elaborando uma cartilha de lamentos e contas que jogarão nas costas dos outros o resultado da incompetência. Enquanto isso, o basquete brasileiro chafurda na lama. E sem perspectivas de melhora.
Brasileiro
Nem Palmeiras, nem Santos, nem Atlético Mineiro. Dos quatro primeiros colocados do Brasileiro da Série A, apenas o Flamengo entrará em campo esta noite, contra o América Mineiro, na rodada que começou ontem com o jogo entre Fluminense x Atlético Paranaense, no Maracanã. Isso quer dizer que não teremos alterações profundas na parte de cima da tabela de classificação. Mesmo assim, é bom ficar atento ao que irá acontecer logo mais: o rubro-negro, por exemplo, dará sua última cartada não apenas para continuar a lutar pelo título como, principalmente, para manter-se no G-3 (os times que vão diretamente à fase de grupos da Libertadores). Se perder para o Coelho… Adeus, ou melhor, a situação ficará muito complicada, porque se o Galo bater o Verdão amanhã, o ultrapassará.
Mas não é só o jogo do Flamengo que chama a atenção, não. Sport x Cruzeiro, Figueirense x Corinthians e Coritiba x Santa Cruz envolvem os torcedores por mexerem, principalmente, na parte de baixo da tabela. O Figueira joga suas últimas chances de salvação – chances tão remotas que no próprio clube já se admite o planejamento para a próxima temporada na Série B (e o que é pior, com o Avaí subindo agora para a Série A). No Paraná, o Coxa sabe que precisa dos três pontos para manter um mínimo de tranquilidade na luta contra o Z-4 – principalmente para evitar uma arrancada do Internacional. E o jogo de Recife envolve dois times que estão quase salvos, mas uma derrota aqui, uma combinação ruim de resultados ali e…
