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Quinto Ato
Quinto Ato

Os Imbecis Singulares

Theófilo Silva

26/05/2020 11h47

Atualizada 28/05/2020 11h52

“Diabos, eu vou morrer, meus pais, filhos e amigos vão morrer? Como é que isso pode estar acontecendo?”. Como é que eu não previ isso?”. Devem ser essas as perguntas que estão fazendo agora os “homens que estão vencendo a morte”, os adeptos da Singularidade, os algoristas, os donos da verdade, reis da inteligência artificial, os pop stars do mundo virtual! Eles não deveriam estranhar, até porque eles já estão acostumados a destruir, matar pessoas manipulando números na Esgotosfera, comportando-se como deuses, muito embora eles detestem essa palavra que remete a fé!

O que estará pensando agora Ray Kurzweil, autor do livro A Medicina da Imortalidade, o profeta futurista autodenominado ‘transumanista’, imbecil respeitadíssimo, que toma duzentos comprimidos de suplementos alimentares por dia, pois tem como “meta de viver para sempre (ele tem 72 anos), já que em 2029 o homem atingirá a singularidade” isto é, terá se fundido com uma máquina. Ou seja, o homem deixará de ser humano, vai virar super-herói da Marvel. A tese desse idiota digital, escritor, cheio de títulos acadêmicos, e PhD. pelo prestigioso MIT, não é de todo estúpida, pois todo tolo que tem um smartphone, sabe que nós estamos próximos demais das máquinas, já que elas “advinham” nossos pensamentos.

O que eu quero mostrar é que esse mentecapto, que se diz vidente científico, em momento algum, em seus livros, palestras, lives pensou ou cogitou, o mínimo que fosse, sobre a tragédia que estamos enfrentando. Nem ele nem seus estúpidos adeptos de laboratório! Pergunto, cientistas que estão no topo da escala da comunidade científica não conseguem visualizar a aproximação de uma tragédia que a ciência tem o dever de evitar? Não estou dizendo que eles têm obrigação de prever, mas sequer se trabalhou com a probabilidade de isso vir a acontecer?! Sabem por que eles não sabem? Não sabem porque se acham onipotentes! Não sabem porque à maioria desses sujeitos não tem um pingo de espiritualidade, cultura humanística, ou de sensibilidade artística. São frios como lâminas de barbear, e não conseguem enxergar o ser humano como um ser transcendente, um produto racional único do Universo e, porque não dizer, um filho de Deus!?

Não estou criticando a ciência, os cientistas seríssimos – a humanidade talvez já tivesse sido extinta não fosse a ciência – e dedicados, que trabalham para oferecer o melhor para a humanidade. Estou criticando os espertalhões, os superstars do mundo algorítmico que manipulam a verdade, escrevendo mentiras em Best sellers, Blogs, fazendo palestras, lives e ganhando muito, muito dinheiro distorcendo a verdade. Já não basta o que eles fazem manipulando eleições mundo afora elegendo autocratas! Fora com esses canalhas! A hora da verdade chegou para eles e seus seguidores, tão doentios quanto fanáticos religiosos que eles desprezam e chamam de escória. Essa turma do Algoritmo é tão fanática quanto os idiotas que se ajoelham para falsos pastores.

Pergunto, se esses sujeitos conhecem o célebre discurso de Charles Chaplin no filme o Grande Ditador, de 1942, quando a humanidade enfrentava um flagelo semelhante ao de agora: a Segunda Guerra Mundial, o demônio Adolf Hitler, o Coronavírus daqueles anos. “Não sois máquinas, homens é que sois” é o que diz Chaplin, o humanista múltiplo que fez a humanidade rir por três gerações! É assustador que parte dessa turma viva enfurnada na Caverna, aquela caverna do mito de Platão, e não enxerguem um palmo diante do nariz, quando deveria ser o contrário, já que são cientistas! Estão hipnotizados pelo gigantesco poder transformador da tecnologia, em busca da imortalidade, e esqueceram que são humanos, mortais, falíveis e nada os fará imortais! Quando Shakespeare nos chamou, pela boca de Hamlet, de “Quintessência do pó”, ele estava ecoando a Bíblia, que diz que “Tu és pó, e ao pó voltarás”. E mais, só se tornam imortais aqueles que criam, a única forma de viver cem, quinhentos, mil anos! Como Platão, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Newton, Mozart… Portanto, tremam agora, encarem o medo do sofrimento e da morte, pois saibam que jamais seremos máquinas!

Homens é o que somos! E vão para o inferno!

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