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Quinto Ato
Quinto Ato

Alexandre de Moraes segue preceitos shakesperianos

Theófilo Silva

24/11/2022 5h00

Diria que depois de Lula e Bolsonaro, o nome mais citado na imprensa, redes sociais, mídias em geral nos últimos tempos, seja Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua atuação tem sido forte desde as eleições presidenciais, quando tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas foram levantadas pelo presidente da República e seus seguidores. Os ataques ocorreram de todas as formas, nas ruas, nas redes chegando ao ponto de os militares fazerem um relatório paralelo, cujo resultado foi revelado dez dias após o resultado do segundo turno da eleição presidencial. E mesmo não encontrando qualquer problema, o comunicado foi dúbio, apontando dúvidas.

Alexandre de Moraes foi promotor de justiça pelo estado de São Paulo, professor e autor de livros de Direito, obtendo enorme sucesso, o que o levou a ganhar bastante dinheiro, fato que o fez abandonar o Ministério Público. Em seguida foi secretário municipal de Justiça da cidade de São Paulo, depois secretário estadual de segurança pública do Estado e Ministro da Justiça no governo Michel Temer. Em seguida foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi uma carreira meteórica, digna de alguém de muito talento. E isso tem se comprovado em sua atuação diária como um ministro, um juiz extremamente presente e atuante. Alexandre levou para o STF a experiência de alguém que atuou no poder executivo, seja a nível municipal, estadual e federal, isso é muito, muito importante, um diferencial. Ou seja, Alexandre não é apenas um intelectual, um acadêmico, um jurista, um pensador do direito, como o são a maioria dos juízes do Supremo. Pervertidos, sádicos como os que estamos lidando, só entendem a linguagem da ação direta – e isso Alexandre sabe fazer. O fato de ter atuado na secretaria de segurança pública ensinou-o a agir contra criminosos de toda espécie. Ele não filosofa, ele age, usando o código penal para combater os perversos.

Alexandre foi extremamente atacado, chamado de canalha e outros adjetivos horrorosos, e chegaram a pedir seu impeachment ao senado federal. Mas Alexandre em momento algum perdeu a compostura, e manteve encontros protocolares com o chefe do poder executivo. Alexandre foi violentamente atacado pelo desequilibrado ex-deputado Roberto Jeferson, que o chamou de “Xandão do PCC”. Quando dei a este artigo o nome de “Xandão”, guardião da constituição foi para fazer um ato de desagravo a Alexandre de Moraes.

Alexandre de Moraes foi, tem sido e permanece figura fundamental na defesa da democracia e na garantia dessas eleições presidenciais, tanto que tem sido atacado e hostilizado pela horda de fanáticos e de sabujos pagos por empresários do agronegócio para realizarem bloqueios de rodovias, acamparem na porta dos quartéis e publicarem notas golpistas nas redes sociais, em ataque aberto a democracia, tentando impedir a posse de Lula. Alexandre agiu com presteza e decretou o bloqueio das contas bancárias de dezenas de empresas patrocinadoras dos atos golpistas. Como que as portas dos quartéis militares, uma área de segurança nacional, pode ser ocupada por vândalos, e os militares nada fazerem? Pelo contrário, o general Villas Boas disse que eles não perdessem a fé!

O certo é que o ministro Alexandre permanece firme em sua defesa da democracia, usando a Constituição no combate aos inimigos do estado de direito, sendo merecedor de nossa gratidão, respeito e admiração. Sua postura me faz lembrar de uma cena em Medida por medida, uma das obras primas de Shakespeare que aborda o direito e a justiça. O duque Vincêncio, então juiz de Viena, ao discutir uma ação criminosa, em determinado momento diz o seguinte para um interlocutor: “Dar livre curso as más ações, enquanto o castigo não tem o mesmo privilégio é o mesmo que encorajá-las”. Alexandre de Moraes está seguindo esse preceito Shakespeariano: os perversos precisam ser punidos, e se isso não ocorrer é o mesmo que encorajá-los a destruir a democracia.

* este artigo não reflete, necessariamente, o posicionamento do Jornal de Brasília.

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