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Olhar Strano
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Após defender filhos de ataques racistas, Giovanna Ewbank recebe apoio nas redes

Comunidade se mobilizou em defesa da atriz

Danilo Strano

01/08/2022 11h46

Foto: Divulgação

O racismo contra a população negra, no Ocidente, surge no século XVI, com europeus que praticavam a escravidão e há alguns séculos escravizavam pessoas na África para enviar às suas novas colônias como força de trabalho. Eles tornaram-se racistas porque usavam escravos para obter lucro nas Américas e criaram um conjunto de atitudes em relação aos negros para justificar o que faziam. O método foi cultivar o preconceito com a população não europeia para justificar o sistema escravocrata. No Brasil, o racismo é um legado da colonização portuguesa, o preconceito baseado na aparência física foi algo trazido junto com os colonizadores portugueses em 1500.

Durante séculos esse preconceito foi reforçado e se transformou em algo estrutural em toda sociedade ocidental. Casos como o de George Floyd, negro asssinado pela polícia nos Estados Unidos, e o de João Alberto, brasileiro negro assassinado por seguranças de um supermercado, ambos cometidos pela certeza da impunidade do seus algozes, constatam a sociedade ainda racista em que vivemos. Mas se por um lado tais atos racistas e criminosos como esses continuam acontecendo, por outro, parte da sociedade se articulou para chamar atenção para o problema e cobrar ações das autoridades.

No fim de semana, tivemos mais um caso que ganhou notoriedade por envolver uma influenciadora digital, a atriz Giovanna Ewbank. Ela se revoltou contra um episódio de racismo sofrido por seus filhos em uma praia de Portugal. Giovanna discutiu com uma mulher, que teria dito para “tirar aqueles pretos imundos dali”, referindo-se aos filhos da atriz. Inconformada, Gio reagiu cuspindo e batendo na cara da mulher, conforme confirmado pela própria.

Imediatamente, após o caso viralizar nas redes sociais, Giovanna recebeu milhares de apoios públicos de outros influenciadores e seguidores. Esse movimento não só acolhe as vítimas envolvidas no crime, mas também empodera para que outros cidadãos denunciem quando presenciarem tal ato perverso. O influenciador Lucas Guimarães postou em defesa da atriz para seus milhões de seguidores: “Eu nunca tiro uma razão de uma mãe quando mexem com um filho. Faria a mesma coisa ou pior”. Outro a se manifestar foi o professor e influenciador Ale Santos,dizendo que a atriz teve a atitude correta: “Giovanna Ewbank mostrou como que mães brancas devem agir: constranger racistas até que a sociedade inteira entenda que não tem mais conversa.”

Criadores de conteúdo negros evidenciam o racismo de diversas formas. Ofensas em seus canais são infelizmente algo comum, mas não só isso. Recentemente, um grupo de influenciadores negros denunciou o Facebook e o Instagram, sob a alegação de que as plataformas têm algorítimos que priorizam fotos e imagens de pessoas brancas, e que quando uma imagem traz uma pessoa negra, o alcance da publicação é automaticamente inferior. Graças a essas articulações dentro das redes sociais que denúncias têm ocorrido e atitudes estão sendo cobradas das plataformas e também de autoridades.

Os cantores Emicida e Djonga são símbolos dessa nova geração que tem utilizado as redes sociais a seu favor na luta contra o racismo. Eles utilizam a visibilidade que possuem para denunciar o preconceito de nossa sociedade e, principalmente, empoderar os jovens negros. Essa força coletiva da comunidade negra está fortalecendo a conquista de novos espaços e dando amplitude ao debate. Expor os casos de racismo, como Giovanna fez, também colabora para a diminuição dos crimes. Outras mães que passarem pela mesma situação se sentirão encorajadas a fazer suas denúncias.

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