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Coluna Marcelo Chaves
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Empresário e diretor do JBr, Lourenço Peixoto está resgatando a história da família através das obras de arte assinadas pelo avô

Marcelo Chaves

15/10/2020 10h00

O empresário Lourenço Peixoto, diretor do Grupo JBr de Comunicação, anda feliz da vida. E o motivo é bastante especial. Com atuação em diferentes segmentos do empresariado e colecionador de arte (Peixoto é um dos nomes que mais entende de arte na capital), na semana que passou ele conseguiu arrematar três quadros pintados por seu avô, de quem além do gosto pela arte também herdou o nome e o sobrenome.

Empresário e diretor do Grupo JBr de Comunicação, Lourenço Peixoto está resgatando a história do clã

As três obras pintadas na década de 1950, e assinadas por Lourenço Peixoto, avô, foram adquiridas no leilão virtual da Arte Maior, de Recife. “Fiquei muito feliz em poder adquirir obras com um valor sentimental tão grande para a nossa família. Meu avô deixou um legado respeitado como artista, escultor e professor. Tantos anos depois suas obras são apreciadas e elogiadas pela beleza”, disse o neto.

Abaixo, detalhe das obras adquiridas:

Raízes de um artista

O artista plástico do clã Peixoto nasceu em 1897, em Maceió, filho de Lourenço Peixoto e de Ana Felícia de Mesquita Peixoto. O pai era sargento do 26º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro e a mãe, filha de Caetano José de Mesquita, que no ano de 1888, descobriu minas de petróleo em Riacho Doce, em Maceió. Dois anos após a descoberta, com demais sócios, obteve um contrato para iluminar a capital alagoana utilizando gás e para a exploração de xisto betuminoso na região.

Os primeiros passos na arte dados por Lourenço foi através de uma oficina montada em casa, na qual passou a esculpir em madeira, dando forma para imagens sacras e recuperando outras tantas. Aluno do Colégio Diocesano e do Liceu de Artes e Ofícios, aos 15 anos de idade foi trabalhar na Litografia Trigueiros. Graças ao emprego conseguiu pagar seus primeiros estudos sobre pintura e gravura com Sigmund Gabad e Karl Michael. Os alemães estavam temporariamente morando na cidade de Maceió.

Pouco tempo depois, e após ter contato com outros mestres da área, o artista iniciou uma bem-sucedida e longeva carreira, colhendo os frutos de seu trabalho e da participação em inúmeras exposições de grande importância. Também ensinou pintura para uma legião de alunos. Entre os estilos adotados, Lourenço se envolveu com o paralelismo por determinado tempo, mas acabou optando pelo figurativismo materializando através de suas pinceladas um colorido vibrante em suas obras.

Entre inúmeras histórias ligadas ao artista, em junho de 1974, o então governador alagoano Afrânio Lages anunciou a implantação do Parque Histórico Estadual de Zumbi em União dos Palmares, período em que o prefeito João Sampaio avisou que estava desapropriando uma área de Maceió, onde seria construída uma estátua de Zumbi, em uma concepção artística do professor. Lourenço Peixoto, que começou a trabalhar aos 17 anos, seguiu fazendo o que mais gostava até pouco antes de falecer.

Ele partiu em 27 de março de 1984, aos 86 anos, deixando um rico trabalho, reverenciado por colecionadores e amantes das artes das mais variadas gerações, e mesmo após a sua partida, ainda coleciona incontáveis homenagens, como a Rua Professor Lourenço Peixoto, em Jatiúca, Maceió, que leva o seu nome. Parte da história agora resgatada com toda a atenção devida pelo neto colecionador, também chamado Lourenço Peixoto, que revive a história do avô através de suas obras criadas ao longo de décadas.

Fotos: Arquivo Pessoal

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