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Lulu no Quadrado
Lulu no Quadrado

De alto padrão a comida chinesa: a virada oriental de Marcelo Petrarca

Chef fez uma revolução inesperada no Lago, restaurante de alto padrão no Lago Sul

Lulu Peters

28/07/2023 11h11

Foto: Divulgação

Sempre achei que grandes Chefs devem ficar “se coçando” para trocarem seus cardápios a cada estação, afinal, inovar é a marca de um artista. Em Brasília, é muito difícil mexer no menu sem ouvir reclamações dos clientes. Ainda assim, o premiado Chef Marcelo Petrarca fez uma revolução inesperada no seu restaurante de alto padrão, Lago.

Foto: Divulgação

Até pouquíssimo tempo, eu jamais atribuiria à comida do Chef Marcelo Petrarca o título de “afetiva”. Como um dos Chefs de maior sucesso na cidade – cujo nome já virou marca registrada até de produtos de empório, como congelados e azeites – é praticamente impossível enxergar, na sofisticação das suas casas, Bloco C e Lago, uma temática de “comida de vó”.

Mas foi conhecendo a revolução que o Chef propôs para um cardápio extra do Lago, que fica na QI 5 do Lago Sul, que eu percebi: o cara tem umas referências que são a cara de uma infância 80/90 de Brasília, como seu famoso churros de banana (churros era vendido na porta das escolas), por exemplo, ou a rabanada coberta de leite Ninho, e, agora, nada mais nada menos do que comida chinesa.

É isso mesmo. O restaurante Lago, a partir da próxima terça (01/08) terá um menu todo inspirado na culinária oriental, em particular, a chinesa. É como se a geração que frequentou o Careca, o China, o Pacífico, o Bali e o Korea House (só os mais velhos vão lembrar desses últimos) pudesse agora celebrar sua vida adulta (e seu dinheiro também, porque a casa não é barata) comendo uma comida que é a cara da infância brasiliense num restaurante de altíssimo padrão.

Eu sou a rainha das entradas e comidinhas e ainda afirmo que elas serão o futuro. Ninguém quer mais arriscar pedir um pratão e acabar invejando a escolha do amigo. Mas “ninguém solta a mão de ninguém” ao pedir um tempurá de milho polvilhado de nori (alga japonesa). A apresentação não é bela, mas eu gostaria de um balde daquilo para levar para casa. O Chef, literalmente, criou uma nova pipoca, super amanteigada, com uma casquinha empanada, milho fresco, e um toque de alga que, com a manteiga, virou um tempero tão diferente e delicioso. A mesa de 4 pessoas “matou” duas cumbucas.

Foto: Lulu Peters

Tá certo que as entradas, ainda que inspiradas pela culinária chinesa, levam a marca de sofisticação que o Chef gosta. Camarões VG, em ponto perfeito, cobertos com fonduta de queijo e uma pralinê de amêndoas que estavam de comer de joelhos, num casamento perfeito na boca.

Foto: Lulu Peters

Harumaki (rolinho) de lagosta, impecavelmente temperadas e refrescantes, que, eu confesso, podem até dispensar a maionese com toque de amendoim, que dá uma “matada” no dulçor natural da lagosta.

Foto: Lulu Peters

Rolinhos vietnamitas na folha de arroz, recheados de kani finamente fatiado, servido no molho ponzu e com crisps de couve, também foram sucesso, assim como uma segunda espécie de “pipoca” que era, na verdade, um frango bem fritinho, crocante e macio, ao mesmo tempo, para gente montar um rolinho com alface, o crisp de couve e molho agridoce, que estava gostoso, mas não foi meu favorito.

Foto: Lulu Peters

O Satay de frango, um espetinho feito com o filé bem na medida (douradinho por fora e suculento por dentro), coberto pelo molho denso de amendoim e o frango xadrez com brócolis, feito com um molho delicioso, com bastante alho e gengibre e que me lembrou meu molho favorito do Careca (que o Chef Petrarca não considere isso um desrespeito) também fizeram minha alegria.

Foto: Lulu Peters

Arroz colorido com legumes e camarões e um toque de maionese de wasabi e, para finalizar, o belíssimo – apesar de ser praticamente impossível reproduzir o famoso corte na omelete bem cremosa – Omurice, que é uma grande omelete “mal passada” que se abre na faca, sobre um arroz frito ao molho, super temperado.

Foto: Lulu Peters

O ovo deve derramar mais intensamente sobre o arroz, mas paramos para filmar e tirar fotos. Além disso, no Japão, onde o prato é mais conhecido, o Omurice é feito no balcão e servido e cortado na mesma hora, o que não é viável na casa, onde a cozinha fica consideravelmente mais distante das mesas.

Foto: Lulu Peters

A carta de vinhos da casa é impecável, e acho que fazia muito tempo que eu não vivia uma experiência gastronômica tão gostosa, pelo ambiente, pela comida e pela companhia. O cardápio oriental terá preços estimados entre R$ 21,00 e R$ 100,00.

Faz uma poupança e manda ver, pelo menos, uma visita. É pela sua infância.

Serviço
Lago Restaurante
SHIS QI 05, Comércio Local. 
Telefone: (61) 3553-9078
https://www.instagram.com/lagorestaurante

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