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Histórias da Bola
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Valtinho cantor

Zagueiro do Fluminense da década-1960 ficava entre a bola e o microfone

Gustavo Mariani

10/01/2025 10h10

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Entre 1967/68, o zagueiro Valtinho aparecia muito nas escalações do Fluminense que, muitas vezes, alinhava; Félix; Oliveira, Valtinho, Silveira e Bauer; Denílson e Serginho; Wilton, Samarone, Cláudio Garcia e Gílson Nunes. Depois, perdeu a vaga de titular, mas não o senso artístico.

Filho de músicos, ele aprendeu a tocar violão e animava as concentrações tricolores, cantando. Era só diversão, pois ele não se considerava um artista. Um dia, no entanto, o Flu foi jogar em Porto Alegre, contra o Grêmio, e a Rádio Guaíba o entrevistava. No meio do papo, Denílson entrou na conversa e contou ao repórter que Valtinho era um bom cantor. Foi o bastante para a emissora gravá-lo cantando “Gina”, uma das canções eu fizeram sucesso em um festival internacional de música no Rio de Janeiro daquele final de década-1960.

Cantar para os companheiros de time, Valter Alves da Silva, carioca do bairro de São Cristóvão, onde nascera, em 26 de novembro de 1948, mandava ver legal. O que ele jamais contava era que, certa noite, o seu amigo Arlindo Coutinho o incluísse em um show que seria feito pelo cantor norte-americano Johnny Mathis, na sede do Fluminense. Mas não amarelou. Encarou pra valer.

Pouco antes do show, Valtinho ainda treinava e poucos sabiam que ele iria fazer a sua estreia como cantor. Quando as luzes foram acesas e o público o viu no palco, muitos não sabiam do que se tratava. Quem sabia, o aplaudiu muito, incentivando e levando-o a fazer força para não chorar. E ele emplacou. Johnny Mathis gostou tanto do seu estilo, que o convidou a se apresentar nos Estados Unidos.

A partir daquele dia, Valtinho passou a ter duas opções: mudar de profissão, ou recuperar a sua vaga de titular na zaga tricolor, que estava com Galhardo. Não poderia demorar e deixar para decidir após o final do seu contrato, em fevereiro de 1970. Valtinho, zagueiro vigoroso, com 1m86cm de altura, que jogava pesando 76 quilos, até que não estava gordo para subir aos palcos. Mas, como não foi logo naquela “bola dividida”, nem tornou-se cantor profissional e nem recuperou a vaga de titular da zaga tricolor.

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