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Histórias da Bola
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Treinadores estrangeiros

Muitos são contra, mas dois deles já dirigiram a Seleção Brasileira

Redação Jornal de Brasília

06/10/2023 12h30

Foto: arquivo pessoal

Desportistas – exageradamente – nacionalistas defendem que a Seleção Brasileira de futebol deve continuar sendo a “pátria de chuteiras” e nunca ter treinador estrangeiro. Pois já teve dois: o português Jorge Gomes de Lima, o Joreca (com bola na mão), e o argentino Ernesto Filpo Nuñez (de óculos). O primeiro, em 1944, e o segundo, em 1965.

O portuga Joreca era radialista esportivo e graduado pela Escola de Educação Física do Estado de São Paulo. Como fazia respeitados comentários, foi convidado a treinar a seleção paulista de amadores, em 1940. Em 1943, o convite já foi para dirigir o time o São Paulo que, sob sua direção, ganhou quase todos os jogos, só empatando o último, que lhe valeu o título do campeonato estadual. Repetiu a dose, em 1945, perdendo só uma partida, e em 1946, ficando invicto até 1947.

Quando dirigiu a Seleção Brasileira, o português Joreca o fez em conjunto com Flávio Costa, em 14 e 17 de maio de 1944, vencendo o Uruguai, respectivamente, por 6 x 1, no vascaíno estádio de São Januário, e no paulistano Pacaembu, em partidas amistosas – Oberdan (Jurandir), Piolin (Norival) e Begliomini; Zezé Procópio (Alfredo dos Santos), Rui (Ávila) e Noronha; Tesourinha (Luisinho Pequeno Polegar), Lelé, Isaías (Heleno de Freitas), Jair Rossa Pinto e Eduardo Lima foram os atletas que atuaram nas duas partidas.

Além de comentarista esportivo e treinador de futebol, o Joreca foi, também, juiz de futebol. Inclusive, apitou a estreia de Leônidas da Silva, no São Paulo, em maio de 1942. Mais? Dra fã de boxe, tendo disputado e vencido duas lutas. Viveu até 1949, deixando em sua história 172 jogos e 115 vitórias para o time são-paulino e 52 partidas e 28 triunfos como técnico do Corinthians.

O argentino Filpo Nuñez, nascido em Buenos Aires, não treinou bem a Seleção Brasileira, mas comandou o Palmeiras, que tinha um dos melhores times do Brasil e foi desgsacado pela Confederação Brasileira de Desportos para representá-la durante os jogos de inauguração do estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Rolou em 7 de setembro de 1965, estando no livro de história da CBD como Brasil 3 x 0 Uruguai – Valdir (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho Botelho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e E Rinaldo (Dario Paracatu).

Em 1965, o Palmeiras formou o que foi chamado por Primeira Academia. Dos 78 jogos disputados, venceu 53, tendo conquistado o Torneio Rio-São Paulo (o Brasileirão da época, com oito vitórias, dois empates e 27 dos 32 pontos possíveis), e o segundo Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, mandando 5 x 2 Seleção paraguaia e batendo o uruguaio Penãrol, nos pênaltis, após 0 x 0 regulamentar. Mais: mandou 5 x 0 Santos, de Pelé, pela Taça Brasil (atual Copa do Brasil). Filpo Nuñez ficou até a 18ª rodada do Campeonato Paulista e pediu demissão devido três escorregadas seguidas para times bem inferiores.

Enquanto alguns são contra técnico estrangeiro no escrete nacional, vale lembrar que a seleção canarinha feminina de futebol já foi dirigida pela sueca Bia Sundhage, o time de basquete masculino pelo argentino Rubén Magnano o de vôlei masculino pelo coreano Young Wan Sohn.

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