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Histórias da Bola
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Tragédias do Planalto

O calendário do Brasiliense tem data para ser esquecida: 27.11.2010, tarde de um sábado, em Natal-RN

Gustavo Mariani

21/10/2021 12h40

Foto: Divulgação

Naquele dia, o Jacaré foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol, mesmo vencendo o América da capital potiguar, por 2 x 1, com virada do placar. Beleza! Ganhou, mas não levou.

Seguinte: para não cair, o Brasiliense teria de vencer fora de casa e contar com tropeços do Vila Nova-GO – venceu o São Caetano-SP, por 2 x 1 – e do Guaratinguetá-SP – mandou 3 x 2 pra cima do Coritiba. Saiu tudo errado e a rapaziada, que estava na Segunda Divisão, há cinco temporadas, foi parar na Terceirona.

A crônica da queda anunciada começara a ser escrita a partir dos 16 minutos de bola rolando. O “Jaca” até jogava melhor, quando o lateral-direito alvirrubro Wanderson atacou e viu uma brecha à sua disposição para atacar a defesa visitante. Foi à linha de fundo e cruzou na medidas para o meia Marcelo Brás aumentar o desespero do time candango, que abateu-se depois de sofrer o gol e passou a ser envolvido pelo dono da casa. Quando nada, a Ferrugem ainda conseguiu enferrujar a baliza dos locais, com dois carimbos na moldura. Mas ficou por aquilo o primeiro tempo.

Para piorar o futuro do Jacaré, logo aos três minutos do segundo tempo, por ter cometido a segunda falta imprudente, Ferrugem foi expulso de campo. Estava como o diabo gosta! Mas, aos 79 minutos (24 da etapa final), o uruguaio Beto Acosta apanhou a defesa americana cochilando e mandou o “garoto do placar” trabalhar: 1 x 1. Deu para animar. E mais ligado na partida, o Brasiliense, logo em seguida ao gol, mandou mais uma bola na trave, em cobrança de falta, por Adrianinho. Mostrou que merecia respeito. E, como o anfitrião não o levou a sério, aos 81 minutos (36 do segundo tempo), Djavan aparou cruzamento executado por Adrianinho e acertou a rede. A virada só não fora mais brilhante porque, faltando dois minutos para o final da contenda, Bebeto foi “convidado” a se retirar de campo.

Naquela tragédia, apitada por Paulo César Oliveira-SP e que não teve público e nem renda divulgados, o treinador Andrade (ex-apoiador e treinador do Flamengo) armou o Brasiliense com: Eduardo; Cicinho, Fábio Braz, Santiago e Dieguinho (Bebeto); Luciano Totó (Adrianinho), Ferrugem, Thiaguinho e Adriano Felício (Acosta); Djavan e Aloísio. O “Jaca” terminou aquela Segundona em 17º lugar, com os mesmos 46 pontos do Vila goiano, em 38 jogos, vencendo 12, empatando 10 e perdendo 16. Marcou 41 e sofreu 59 gols, ficado igualado, também, nesse critério, ao vizinho Vila Nova, que levou a melhor por ter vencido um jogo a mais – Santo André-SP (43), Ipatinga-MG (41) e América-RN (41) foram os que ficaram atrás. Na ponta superior da tabela, Coritiba-PR (71), Figueirense-SC (67), Bahia-BA (65) e América-MG (63) foram os promovidos à Série A do Brasileirão.

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