Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Sabarnaldo

Arquivo Geral

09/01/2017 17h06

O Campeonato Candango-1963 rolava a sua terceira rodada, colocando em confronto os invictos Rebello e Colombo, ambos com um ponto perdido. Para a imprensa, o segundo, time da então Cidade Livre, era o favorito, pelo que demonstrara na vitória (1 x 0) sobre o Defelê, na partida anterior. E dera a impressão de que faria valer o prognóstico, até o sétimo minuto, mantendo o adversário e anfitrião encurralado, no Estádio, o Paulo Linhares.

De olho na liderança isolada, o Colombo não se cuidou tanto. Naquele instante em que controlava as ações, sofreu um contra-ataque relâmpago. Arnaldo lançou e Sabará marcou o gol, com estilo: Rabelo 1 x 0, placar do primeiro tempo.

O Colombo conseguiu refazer-se do prejuízo e equilibrar a contenda. E, como ninguém marcava mais, parecia que o placar ficaria pela contagem mínima. Engano! Aos 40 minutos, Arnaldo fez um “centro largo” para Sabará pegar de “sem pulo”, da meia-lua da grande área, e marcar um belíssimo gol: Rabello 2 x 0. No mais, foi só segurar o rojão.

O jogo rendeu Cr$ 28 mil e 800 cruzeiros e teve apito de Lourandir de Castro Gomes, auxiliado por Idélcio Gomes de Almedia e Nilzo de Sá. O Rabelo foi: Gaguinho; Délio, Dito, Bimba e e Pernambuco; Calado e Nilo. Moreira, Sabará, Léo (Luziné) e Arnaldo. O Colombo usou: Sinval; Natalício, Vonges e Paulista; João Dutra e Índio; Almir, Tião, Cid e Nenê.

Com o resultado, o Rabelo manteve-se líder, ao lado do Grêmio Esportivo Brasiliense, com um ponto perdido, um a mais do que Nacional e Guanabara, enquanto o Colombo caiu para terceiro, ao lado do Defelê, somando os antigos escritos “3 pp” (pelos jornais). Alvorada, Cruzeiro e Guará seguravam a lanterna, com 4 pontos negativos. A próxima rodadas marcava: Cruzeiro x Guanabara; Colombo x Nacional; Alvorada x Rabelo e Grêmio x Defelê.

Naquele mesmo 1963, a agência de notícias United Press International-UPI divulgava que o Madureira-RJ vencera a seleção cubana, em Havana, por 3 x 2, em amistoso assistido pelo ministro da Indústria e Comércio da ilha, Ernesto “Che” Guevara. Aqui em Brasília, repercutira, muito mais, a grande vitória, de virada, do Rabelo, por 3 x 2, sobre o Guará, pelo Campeonato Candango. Principalmente, porque o torcedor assistira a um jogo bem movimentado, sobrando emoções até o último minuto.

Mesmo atuando sempre melhor do que o “Lobo da Colina”, a equipe da Construtora Rabello não conseguia balançar o filó. E jogava em casa, no Estádio Paulo Linhares. Para o jornal DC-Brasília (Diário Carioca de Brasília), a contagem fora “aberta acidentalmente”, por culpa do goleiro Raspinha, cometendo “uma falha gritante”. Do que não o perdoou o meia Eluff, aos 27 minutos. E o visitante segurou a vantagem pelo restante da etapa.

O Guará foi para a fase final se segurando. A tática, porém, custou-lhe um encurralamento. E, como quem não faz leva, diz o ditado, aos 15 minutos, o “Lobo” saiu da toca, atacou e contou com um descuido da defesa rabelense. Índio soltou uma flechada fatal nas redes do líder do primeiro turno, colocando inacreditáveis 2 x 0 de frente. Surpreendente até para o torcedor guaraense, pois seu time não fazia uma boa temporada. Ao ponto de visitar a última colocação, ao final da terceira rodada, com quatro pontos perdidos (duas derrotas) – lanterna ao lado de Alvorada e Cruzeiro.

Entusiasmado com o que conseguia, o Guará decidiu administrar o resultado. Mas fez péssima administração. Em um espaço de oito minutos, o Rabelo igualou a conta, com Sabará faturando, aos 17 e aos 25 minutos. É claro que o jogo pegou fogo. A torcida alvinegra anfitrião agitou-se. O “Lobo” sentiu uma mordida muito forte. Depois de desperdiçar boa vantagem, agora, o empate seria um bom resultado. O Rabelo, porém, queria jogo. E ferveu em cima do visitante.

O juiz José Costa Araújo já olhava para o seu cronômetro, para encerrar a contenda. Restavam cinco segundos para o final, quando o ponta-esquerda rabellense Arnaldo Gomes estufou os “cordéis da cidadela do goleiro Gaúcho”, como gostavam de bordejar os locutores esportivos da época: 3 x 2.

Com renda de Cr$ 15 mil e 200 cruzeiros, o Rabelo seguiu líder por causa de: Raspinha (Gaguinho); Délio, Ditinho, Bimba e Enes; Calado e Nilo; Léo (Lusiné), Sabasrá, Moréira e Arnaldo. O Guará levou a virada por conta de: Gaúcho; Geraldo, Caixinha, Chagas e Eluff; Sir Peres e Clemente; Zizi, Heleno, Índio e Ditão. Pra tarde valer mais, o Rabelo havia vencido, também, nos aspirantes, por 2 x 0, e nos juvenis, por 2 x 1.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado