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Histórias da Bola
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Rei fica devendo

Sobraram gols, mas faltou o que a torcida mais esperava, o de Pelé. Naquele dia, ele até saiu jogando. Formou dupla ofensiva, com Pagão

Gustavo Mariani

23/06/2022 11h09

Foto: Reprodução

Aconteceu em 11 de maio de 1957, na Vila Belmiro, a “Toca do Peixe”, e valeu pelo antiquíssimo Torneio Rio-São Paulo. Os santistas golearam o Botafogo, por 5 x 1, e o futuro “Rei do Futebol” não marcou nenhuma vez. Mas devia-se dar um desconto para o garoto, pois ele ainda não era nem titular naquela que fora a sua 22ª partida pela equipe principal do Santos. Naquele dia, Pelé até saiu jogando. Formou dupla ofensiva, com Pagão, mas os “matadores” foram Dorval (3), e Tite (2).

O técnico Luis Alonso Peres, o Lula, que já armava um revezamento, entre Pelé, Pagão e Del Vecchio, escalou esta formação: Manga, Getúlio e Mourão; Fiotti, Ramiro e Urubatão; Dorval, Álvaro, Pagão (Del Vecchio), Pelé e Tite (Pepe). O Botafogo, treinado por Geninho e com o seu gol marcado por Paulo Valentim, alinhou: Amauri, Domício e Nilton Santos; Beto, Bauer (Ronald) e Pampolini; Garrincha, Didi, Paulinho, Quarentinha e João Carlos (Amoroso).

Se, daquela vez, não marcou diante do Botafogo, no 11 de maio de 1965, Pelé deixou três bolas nas redes do Comercial de Campo Grande, que ainda não era Mato Grosso do Sul. Fora o seu jogo 601 e a sua marca chegava a 712, com o placar de 4 x 1. Disputado no Estádio Dilmar Fidalgo, teve Lima marcando o outro gol da turma que era: Cláudio; Carlos Alberto, Mauro e Geraldino; Lima e Haroldo; Peixinho, Mengálvio (Rossi), Coutinho (Toninho), Pelé e Pepe (Abel). O Comercial tinha jogadores chamados Tachinha e Zurivaldo.

Para quem esperava sempre muitos gols do Pelé, no 29 de abril do mesmo 1965, ele cravou cinco na balaiada 9 x 4 Clube do Remo, de Belém do Pará, amistosamente, na capital paraense, e fez os quatro santistas dos 4 x 4 Corinthians, pelo Torneio Rio-São Paulo, também eme 1965. No compromisso seguinte, deixou mais um, nos 5 x 2 sobre o Fluminense (18.04). Logo, dez bolas nas redes ems três refregas.

O feito do “Rei” Pelé diante dos corintianos tornara-se mais forte porque o seu time atuara sem quatro titulares – Gilmar, Mauro, Zito e Coutinho – naquele duelo disputado no Pacaembu, conferido por 50.782 torcedores. Infernal naquela oportunidade, Pelé abriu o placar com 45 segundos de jogo. Depois, voltou às redes aos 35; aos 39, batendo pênalti, e aos 58 minutos. O técnico Lula escalou: Laércio; Ismael (Lima), Modesto e Geraldino; Lima (Mengálvio) e Haroldo; Dorval, Rossi, Toninho, Pelé e Gilson Porto (Pepe).

Em sua autobiografia, o “Rei” Pelé revela que, quando era garoto, em Bauru, torcia pelo Corinthians, sem nunca tê-lo visto jogar. Atribui o fato ao que classifica de “coisas de criança”. O certo, porém, foi que ele tornou-se um algoz dos alvinegros paulistanos. E começou o ofício, coincidentemente, pela “Semana Alvinegra”, quando o Santos aniversariava e convidou, também, o Vasco para amistosos reunindo clubes com preto e banco em seus uniformes.

Na data 30 de abril, Pelé tem uma vitória, por 3 x 2, sobre os corintianos, marcando um gol, em jogo válido pelo Campeonato Paulista de 1959. Era o seu terceiro embate contra o rival – o primeiro fora o citado acima, em 11 de abril de 1957, marcando um gol, na vitória santista, por 5 x 3, quando ainda não era titular e fazia a sua 16ª partida pelo time A. O segundo terminou em 1 x 1, sem gol dele, em 1º de maio do mesmo 1957, pelo Estadual.

E, como os católicos, entre os quais se confere o Pelé, consideram o número 7 sagrado, filho de uma família católica, que o obrigava a ir à missa em todas as manhãs dos domingos, quando era garoto, o “Rei do Futebol” marcou o seu “gol 7 internacional” em 23 “do mês 7” da “temporada 7” da década de 1950. Aconteceu durante a vitória sobre o português Benfica, quando contribuiu com uma das três bolas (3 x 2) mandadas pelo Santos às redes lusitanas, amistosamente. Em sua 39ªapresentação, aquele foi o seu 28 (2 + 8 = 10) tento pelo time A do Peixe. – Coincidentemente, em “11 do 10” – olhe o 10 de novo – de 1962, no Estádio da Luz, em Lisboa, Pelé sagrou-se bicampeão mundial interclubes.

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