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Histórias da Bola
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Placar Eletrônico 2

Marcador do Morumbi teve história inicial parecida com a do Maracanã

Gustavo Mariani

14/03/2022 9h53

Os dois estádios brasileiros mais famosos – do Maracanã-RJ e do Morumbi-SP – guardam histórias iniciais parecidas. Construído para a Copa do Mundo-1950, o hoje nomeado Estádio Jornalista Mário Filho, de início, informava o placar do jogo montando-o manualmente. Tempos em que só cabia as letras dos nomes dos preliantes, como, por exemplo,  CRF (Flamengo) e CRVG Vasco da Gama). Só a partir de 1979 ganhou um placar eletrônico de tempos modernos. Aliás, três, colocados na parte inferior da arquibancada, um na altura do meio do campo e os outros dois atrás das balizas dos goleiros.

Aquele placar eletrônico do Maraca media cerca de 23 x 2,86 metros, com três áreas distintas. Tinha lâmpadas incandescentes que formavam figuras e animações, coisa de 8 bits, parecido com MSX.  No lado esquerdo, na área de informações, havia 120 x 32 lâmpadas. No centro, o relógio e o cronômetro. No lado direito, o placar do jogo. Cada número possui 4 x 7 lâmpadas, enquanto que o local para o nome dos times possui 60 x 7 lâmpadas Se saísse um gol, bonecos animavam a visão do torcedor, que via, sempre, o goleiro batido e sentado ao chão. Lembrava jogos do Konami’s Soccer. Reinaldo Gueldni, que estreava no Flamengo, foi o primeiro visitante eletrônico da máquina, em Fla 4 x 0 América, pelo Campeonato Especial Carioca, em de janeiro de 1979. Hoje, aquele placar não existe mais. Numa reforma feita entre 2005/2006, foi trocado por um modelo com imagens coloridas, de LCD. O estádio ganhou, também, telões na cobertura.

O  Morumbi – Estádio Cícero Pompeu de Toledo -, inaugurado, em 2 de outubro de 1960, com metade da obra ainda não construída, teve, inicialmente, por placar, um grande painel em cima de três colunas de concreto, em setor ainda em obras. Hoje, no espaço entre as cadeiras térreas do setor amarelo e azul. Era  analógico, provido de letreiros cambiáveis indicadores do jogo, do resultado da peleja e autores dos gols. Cabia seis nomes de artilheiros de cada time, usando-se uma escada do tipo usadas por eletricista, na verdade Jerson da Costa Ramos, o garoto do placar que só o mudou uma vez, durante a partida inaugural, colocando o nome Peixinho, do autor do gol de São Paulo 1 x 0. 

Por aquele 1960, ainda não havia cronômetro e nem relógio, o que só pintou em 1962, abaixo do placar principal. Era algo moderníssimo, levado pela Companhia Tagus de Relógios, modelo de controle remoto, permitindo acertar os ponteiros de todos os outros relógios presentes no estádio, automaticamente. Muita modernidade! Mas que só durou até 25 de janeiro de 1970, quando o São Paulo concluiu a casa e não sobrou espaço para seu grande painel. Veio um novo placar, mais simples, no lugar onde fica o atual. Mas mesmo contando com cronômetro, as trocas de números seguia manual, sem citação do autor do gol. Espaços só para nomes dos times nos letreiros. 

Em 26 de janeiro de 1980, para o amistoso São Paulo 0 x 0 Flamengo, foi inaugurado o primeiro placar eletrônico do Morumbi. Ficou atrás da baliza do lado da Praça Roberto Gomes Pedroza. Tempos depois, o segundo placar eletrônico foi inaugurado e posto na direção oposta ao mais antigo. Durou 28 temporadas, até 7 de junho de 2008, quando rolou São Paulo 5 x 1 Atlético-MG por 5 a 1. Mas chegou a fazer companhia a outro mais moderno, instalada no alto da arquibancada, junto a fachada do Estádio. Inaugurado em 2004, com 112 m² chegou digital e articulável. Durante jogos, com tela voltada para o campo. Nos demais momentos, girando por 180º e com o placar exibia propagandas para o lado externo do Estádio. Em 2006, foi desativado e substituído em 21 de junho de 2008, nem São Paulo 1 x 0 Sport Recife, pelo Brasileirão.

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