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Histórias da Bola
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Pelé quinhentão

No dia 2 de setembro de 1962, o Rei mracava seu gol de número 500

Willian Matos

02/09/2019 13h14

Foto: Reuters

Até a década de 1960, não havia no futebol e nem nos demais esportes praticados pelos brasileiros a preocupação com as estatísticas. De forma inesperada, por acaso, a semanária carioca Revista do Esporte publicou página dupla mostrando a contagem de gols marcados pelo “Rei Pelé”.

Isso ocorreu durante a fase de preparativos para a Seleção Brasileira tentar o tri, em 1966, na Copa do Mundo da Inglaterra, uma época de muita desorganização no escrete canarinho, quando convocaram 46 atletas e jamais definiram um time.

Devido a fraca campanha da rapaziada nos gramados de Liverpool, com uma vexaminosa eliminação na primeira fase do Mundial  – uma vitória, com dois gols de cobrança de falta, e duas derrotas – 2 x 0 Bulgária, 1 x 3 Hungria e 1 x 3 Portugal – , o torcedor terminou esquecendo daqueles números. A estatísticas só voltaram a ganhar importância quando descobriu-se que o Camisa 10 se aproximava do milésimo tento, o que aconteceu no 19 de novembro de 1969, em Santos 2 x 1 Vasco da Gama, no Maracanã, cobrando pênalti.

Atualmente, quando um futebolista atua muito mais do que há cinco décadas, está muito difícil balançar a rede por centenas de vezes. Por exemplo, o atual maior goleador do planeta, o argentino Lionel Messi, em 819 jogos, pelo espanhol Barcelona e a seleção argentina, anotou 671 tentos, desde 2003, quando estreou no time catalão. Aos 32 de idade, imaginando-se que ele consiga jogar em alto nível por mais três temporadas, se marcar 30 gols  por cada uma delas, chegará aos mil, mas estará longe dos 1.281 feitos por Pelé.

Para chegar ao milésimo gol, Pelé passou pela metade do caminho, evidentemente. Nenhum pesquisador esportivo, no entanto, comentou o fato, na época. Estava no caderninho: em 2 de setembro de 1962, durante a partida Santos 3 x 3 São Paulo, a casa santista, valendo pelo Campeonato Paulista.

Naquele dia, com um minuto de partida, Roberto Dias abriu o placar, ara os são-paulinos, cobrando pênalti. Aos 18, Pelé empatou, também batendo penalidade máxima. Aos 22, novamente, Dias bateu penal e recolocou o Tricolor do Morumbi na frente. Aos 34 minutos, Coutinho lançou Pelé, que chutou da altura da meia-lua da grande área, imprimindo uma curva na bola que saiu indefensável. Era o 500º e jogo  anotando 2 x 2. Ainda no primeiro tempo, aos 40 minutos, Dorval fez Santos 3 x 2. Mas Sabino voltou a empatar o prélio, aos 18 da etapa final.

Pelé estava com 21 de idade e na sexta temporada como atleta do Santos. A sua turma do dia teve: Gilmar; Lima, Mauro Ramos e Dalmo; Calvet e Zito; Dorval, Tite, Coutinho Pelé e Pepe, sob o comando do treinador Lula. O árbitro foi Eunápio de Queiróz, o público de 14.621 almas, a renda de Cr$ 2 milhões, 260 mil e 700 cruzeiros e o goleiro do 500º foi o gaúcho Suli.    

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