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Histórias da Bola
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Pantera em campo

O zoológico que levou para os gramados do futebol brasileiro atletas apelidados por Onça, Cabrita, Jacaré, Pintinho, Garrincha, etc teve, também, o “Pantera”

Gustavo Mariani

14/07/2020 15h34

Atualizada 11/11/2020 16h24

Ademar Miranda Júnior era a graça do atacante, que apareceu, com muita fome de gols, vestindo a camisa da Prudentina-SP. Contratado pelo Palmeiras, em 1964, ele não demorou a ganhar aplausos da torcida, poR conta dos gols marcados à base de muita força física e agilidade, que o levaram a ser convocado para a Seleção Brasileira.

Ademar, realmente, ganhou um apelido em cima. Artilheiro do Torneio Rio-São Paulo-1965, com 14 gols, vivia um grande momento na carreira, quando sofreu fratura em uma das pernas, enfrentando o Botafogo de Ribeirão Preto, em 11 de maio daquele ano. Recuperado, integrou o time do “Verdão” que representou a Seleção Brasileira dos 3 x 0 Uruguai, entrando no segundo tempo, em 9 de setembro, durante as comemorações de inauguração do Mineirão.

Em 1966, Ademar esteve na conquista palmeirense do título do Campeonato Paulista, mas não conseguiu ir à Copa do Mundo, na Inglaterra, mesmo apontado como um dos candidatos a fazer dupla fatal com Pelé no ataque canarinho. Só foi parceiro do “Rei” no amistoso dos 2 x 2, com a então União Soviética, no Maracanã, em 21 de novembro do mesmo 1965. E nunca mais vestiu a camisa do escrete nacional.

Na temporada-1967, esteve emprestado ao Flamengo e voltou a ser o principal “matador” do Rio-São Paulo, com 15 tentos, empatado com César Lemos, o seu substituto no Palmeiras, clube pelo qual ele disputou 133 jogos e mandou 85 bolas na rede.

Cidadão paulistano, Ademar nasceu em 31 de outubro de 1941 e viveu até 30 de novembro de 2001. Em 1968, quando defendia o Fluminense, ele passou por um grande vexame: foi multado, em 60% dos seus vencimentos mensais, acusado de desleixo com o preparo físico e falta de empenho durante os treinos e jogos. Advertido pelo aumento de peso, bem nítido nas fotos, ele passou por exames médicos que não constataram nenhum distúrbio gandular. Jurava não ser guloso, não ingerir massas e que, durante o seu tempo de flamenguista – 44 jogos e 30 gols –, fora obrigado a engolir tantos remédios, ao ponto de ficar sem forças para treinar. Enfim, a balança apressou o final da carreira do “Pantera”.

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