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Histórias da Bola
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O GOL 100

Fantato, artilheiro do Gama, “ficou careca” de tanto balançar redes para o Verdão

Gustavo Mariani

29/09/2021 14h05

Um dos maiores ídolos da torcida do Gama, entre 1979 e 1981, foi o goleador Fantato, buscado no Goiânia Esporte Clube, após passar pelo Itumbiara. Integrante do time campeão candango de 1979, o paulista Rubens Fantato Filho deixou o clube alviverde de uma forma gloriosa: após ter marcado o seu “gol 100” com a camisas 9 do Periquitão.

Aconteceu no dia 29 de abril de 1981, durante a vitória, por 2 x 0, sobre o Clube de Regatas Guará, um dia antes de o seu contrato se encerrar e com o Gama já tendo pedido à então Federação Metropolitana de e Futebol a preferência pela renovação do vínculo empregatício. Na época, o Comercial, de Ribeirão Preto-SP, oferecia Cr$ 6 milhões de cruzeiros pelo passe do artilheiro, o que fazia o locutor Marcelo Ramos e o repórter Chico Legal chamarem-no de “O Homem dos Seis Milhões de Dólares”, título de um filme que estava na moda na TV, com o ator Lee Majors, o “homem biônico” – só que o cruzeiro, a moeda da época, valia muito menos.

Naquele jogo, o estádio Antônio Ottoni, anda chamado estádio do CAVE – Centro Vivencial Recreativo e Esportivo do Guará estava inaugurando os refletores e o Gama era um dos times maios famosos do Centro-Oeste, pois conquistara o título de campeão da região, em disputa com clubes goianos. Fantato, eu oferecera o gol à sua filha Larissa, que havia nascido no dia 5 de abril, não tinha em seu poder a cópia das súmulas de suas partidas, desde que tornara-se atleta profissional, mas contabilizava 67 tentos com a camisa do Gama, 30 pelo Itumbiara e três pelo Goiânia. “Se não é isso, a diferença é muito pequena”, comentou com o Jornal de Brasília, acrescentando que não levava em conta as balançadas de rede da fase amadora.

Enquanto a torcida comemorava o 100º tento do seu principal artilheiro, os cartolas gamenses eram notícia, por tocarem fogo no circo. Devido ao administrador regional do Gama, Valmir Bezerra, dificultar a cessão do gramado do estádio com o seu nome, o Bezerrão, para treinos do time, o supervisor Almir Vieira brigou com o dito cujo, que era, também, conselheiro alviverde. No meio da briga, o presidente Márcio Tanus de Almeida entregou o cargo ao presidente do Conselho Deliberativo, Osvando Lima, que recebeu os pedidos de afastamento do supervisor e do treinador Elício Lopes, levado por Almir. Pra completar, o faz-tudo da diretoria, Márcio Rodrigues, também saiu, sob o argumento de que estava se mudando para Campinas-SP.

Antes de sair, Tanus dispensou os jogadores Ojeda, Adílio, Arnaldo, Tico e Queirós, para entregar o cargo com folha salarial reduzida Cr$ 100 mil cruzeiros. Só faltava pagar o prêmio pela conquista do I Torneio Centro-Oeste, o que esperava fazê-lo com os Cr$ 300 mil da cota pelo amistoso com o Guará e mais Cr$ 200 mil tirados do Cr$ 1 milhão do empréstimo do ponta-direita Roldão, ao Atlético-PR. Isso tudo depois do “gol 100”. Imagine se fosse do gol 1.000!

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