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Histórias da Bola
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O Garrincha sueco

Geraldo, um dos maiores nomes da história esportiva brasileira, contou-me que o “Garrincha Sueco” deslumbrou-se com o Rio de Janeiro

Gustavo Mariani

19/08/2022 18h00

Atualizada 20/08/2022 10h34

Foto: Reprodução

Em um dos muitos dias de 1963, Gunnar Göransson estava a em seu país, a Suécia, onde a torcida idolatrava os jogadores brasileiros que haviam conquistado a Copa do Mundo-1958, em Estocolmo, a capital nacional. Foi quando ele assistiu ao jogo de um time chamado Atvidaberg e um ponta-direita lembrou-lhe Garrincha. Imediatamente, propôs-lhe jogar pelo Flamengo. No que o carinha topou.

Gunnar era diretor de uma empresa sueca no Brasil e cartola rubro-negro. Por lei, proibia-se estrangeiro de ser dirigente dos nossos clubes, mas Göranson, sujeito tão correto e prestador de tantos serviços ao futebol brasileiro, levou o Conselho Nacional de Desportos a abrir uma licença especial para ele colaborar com o Flamengo.

Pois bem! Geraldo Romualdo da Silva, um dos maiores nomes da história da crônica esportiva brasileira, contou-me que o “Garrincha Sueco” deslumbrou-se com o Rio de Janeiro. Para quem havia saído de um frio de rachar e encontrando um calor tropical de encher praias, fora admirável. Principalmente, vendo passar lindas morenas, alegres e sorridentes, desfilando (pelas areias de Copacabana e de Ipanema) biquínis intensamente convidativos ao pecado. E o “Garrincha Sueco” deu um de Garrincha brasileiro, o original, o Mané. Curtiu todas as alegrias da Cidade Maravilhosa.

Por aquele tempo, ainda não havia o lance de torcedor e imprensa sair caçando jogador pelas “night”, vasculhando baladas. Mas o Flamengo já tinha os seu agentes “00Gávea” espionando a rapaziada, afirmava Geraldo. Rápido, eles identificaram porque o sueco não rendia nada durantes os treinos. E o mandaram embora. Roger Magnusson, o nome da fera, partiu dizendo que o Fla não lhe fizera nenhuma proposta para a sua contratação, enquanto o clube alegava falta de empenho durante os treinos, relembro o escriba do “Jornal dos Sports”.

O “Garrincha Sueco”, então, voltou para o frio da Europa, a fim de defender o Colônia, da Alemanha e a Juventus, da Itália, onde foi campeão italiano, em 1968. No mesmo ano, seguiu para o francês Olympique, de Marselha, cuja torcida o idolatrou, pelos dois títulos que ajudou o seu time a ganhar, de campeão nacional e da Copa da França. Passou, em seguida, por clubes menores e parou em 1977. Antes, disputou 14 jogos e marcou três gols pela seleção sueca.

Em 1967, Gunar Göransson trouxe mais um sueco que não chegou a jogar, só treinou, o zagueiro Kurt Axelsson. Foi se dar melhor no Brugge, da Bélgica, e como titular da seleção do seu país, durante a Copa do Mundo-1970, no México.

Quer dizer: enquanto os brasileiros adoram as loiras (geladas e suecas), os suecos adoram as morenas (fatais e sorridentes) brasileiras. Só não trocam preferências com bola rolando.

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