Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

O Capitão “Aspira”

Carlos Alberto Torres era aspirante do Fluminense-1963

Gustavo Mariani

25/05/2021 12h54

Foto: Reprodução

Quando eu era garoto e residia na Bahia-Oeste, ouvi muito, pelo rádio, jogo do Campeonato Carioca de Aspirantes. Era o esfria-sol da partida principal da rodada, uma espécia de segura-emprego de quem perdia a vaga de titular.

Muito tempo depois, pelos finalmentes da década- 1970, quando eu já era repórter do Jornal de Brasília, num papo com o treinador Zezé Moreira, que viera por aqui, com o Cruzeiro-MG, para amistoso com o Brasília Esporte Clube, lá pelas tantas, a bola foi bater no futebol nos “aspiras” e ele contou: “Já fui campeão, também, com os aspirantes. Mas nem tanto. O campeão mesmo foi o Antoninho, que armou o time. Eu fiz uma orientada.”

Zezé Moreira referia-se ao título do Fluminense-1963, botando pra jogar bastantes crias dos juvenis. Daquela vez, os garotos tiveram mais vez do que os mais velhos.

O jeitinho carioca de não deixar os reservas parados começou desde o primeiro Estadual-1906, com o Campeonato de Segundos Quadros. Em 1934, chegado o profissionalismo, criou-se o Campeonato de Amadores, que durou só duas temporadas, para voltar, em 1941, como Campeonato de Aspirantes, e durar até 1970.

Muitos craques, inclusive, campeões mundiais surgiam em times aspirantes. Um desses, por sinal, lembrado por Seu Zezé Moreira, durante os nosso papinho, foi o capitão da Seleção Brasileira-1970, Carlos Alberto Torres –Rivellino, no Corinthians, foi um outro.

Conforme lembrou o Seu Zezé, de 22 garotos usados pelo Flu-1963, 16 haviam saído dos juvenis. “Ainda recordo que, em nossa última partida (4 x 0 Madureira), um dos gols foi do Carlos Alberto. Os outros do Tito, do Valdir e do Evaldo. Lembro até do time: Edson (Borracha); Carlos Alberto, Zé Luis, Luís Henrique, Riva e Laurício; Correia, Valdir, Tito e Hílton”, desfilou as feras que marcaram 64 gols e ficaram com saldo de 46 (64 x 18).

Seu Zezé Moreira estava com 69 de idade, naquele dia, passados 14 temporadas de ter visto o futuro capitão do tri como aspirante. Que memória! Lembrava até que Nélio havia marcado 20 dos 64 gols tricolores e Ubiraci 16. E de promessas – que vingaram -, como Nonô, Íris e Gílson Porto.

Uma olhadinha para a sua reservada era hábito do Fluminense. Tanto que venceu cinco campeonatos Segundos Quadros e oito Aspirantes, inclusive, o primeirão-1941 –coisas de antigamente!

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado