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Histórias da Bola
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Nelson Sakandrigues

Considerado o maior teatrólogo brasileiro, Nelson Rodrigues era um sujeito fuxiquento “pra carvalho”

Willian Matos

09/09/2019 11h57

Nelson Rodrigues, considerado o maior teatrólogo brasileiro, quando contratado pela revista carioca Manchete Esportiva, como primeiro redator, era um sujeito fuxiquento “pra carvalho”.

Certa vez, mais precisamente, pela edição de Nº 125, de 12 de abril de 1958, na terceira temporada da semanária, ele chamou o treinador Gentil Cardoso pra junto de sua pena, a fim de descer a porrada no Vasco da Gama, do qual o Flu é um eterno freguês.

Está nas páginas 60 a 62, sob a manchete “Fui campeão no Vasco e levei um pontapé!”.

Torcedor tricolor, Nélson coloca na entrevista que o maior orgulho de Gentil fora ter sido campeão carioca pelo Fluminense, em 1946, quando  disse: “Tragam-me o Ademir (Menezes, que não acertava renovação de seu contrato com o Vasco) e eu lhes darei o título (estadual).”

Papo furado. Ser campeão com o timaço do Vasco-1952 – Barbosa, Augusto e Haroldo: Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Alfredo, Ipojucan, Ademir e Chico – a base da Seleção Brasileira era muito mais glorioso. Gentil comenta sobre Ademir:

“Sempre acreditei em Ademir como jogador decisivo. Ele estava na plenitude de suas condições física e técnica. Quantas partidas não decidiu num lance de estupenda clarividência?”

 Em seguida, Nelson o leva esculhambar o Vasco. Mas o treinador pernambucano enrola:

“Fui posto no olho da rua, sumariamente, para que, em meu lugar entrasse outro técnico (Flávio Costa)… Prefiro confessar que sofri a minha grande decepção esportiva.”

Nelson, então, pergunta a Gentil se ele era um ressentido ex-vascaíno. E ouve:

“Do Vasco? Absolutamente! Afinal, os homem passam e o Vasco continua. No momento em que recebi o ‘prêmio’ da demissão, fui consagrado pelo quadro social e por toda a torcida cruzmaltina… Não posso riscar da minha história individual o tempo que passei em São Januário.”

Com esta resposta, Gentil deu uma rasteira em Nelson Rodrigues, que queria fazê-lo só enaltecer só o seu Fluminense e afogar o ‘Almirante’.

JbrPédia

O kiprocó entre Gentil Cardoso e o Vasco da Gama foi logo após a conquista do título carioca de 1952. Ele sabia que o clube vinha negociando a sua substituição por Flávio Costa, o qual chamava por Moço Branco – achava que só não dirigia a Seleção Brasileira por ser negro.

Durante as comemorações pelo título, ao ser carregado por torcedores, Gentil disse que ele não cairia, pois estava com as massas, “e quem está com o povo não cai” – enganou-se, vascainissimamente. No entanto, na década-1960, voltou a treinar a equipe de São Januário.

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