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Histórias da Bola
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Mulheres na latinha

Uma bela história, a das mulheres locutores esportivas no Brasil, onde a função sempre foi machistas. Vamos ver!

Willian Matos

07/11/2019 14h29

Ainda há muitas informações não confirmadas pelos pesquisadoras sobre os pioneirismos de mulheres brasileiras. Enquanto isso, por exemplo, Graciette Santana fica sendo a primeira “disc-jockey” do nosso rádio e Marilene Dabus a primeira a cobrir futebol. Vamos ver. Antes, porém, viajemos pelas ondas do rádio.

Esta história começa pelo Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1922, quando comemoravam o primeiro centenário da independência do Brasil. Em 20 de abril de 1923, inaugurou-se a primeira rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquete Pinto e Henry Morize, este um engenheiro industrial/civil e geógrafo francês, naturalizado brasileiro.

O rádio atraiu os ditadores Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stalin e Francisco Franco, que passaram a difundir as suas ideologias, respectivamente, na Alemanha, Itália Rússia e França. 

No Brasil, o presidente Getúlio Vargas fez o mesmo para o seu  “Estado Novo”. Tomou a Rádio Nacional do empresário baiano Geraldo Rocha e passou a disfarçar a sua propaganda política transmitindo, para todo o país,  novelas, notícias e futebol. Este, no entanto, já tinha espaço na latinha de há muito, …. 

Voz feminina

Entre 1922 e 1943, os homens dominaram o microfone das rádios brasileiras. Mas a mulher furou o cerco, atuando como cantora, radioatriz e locutora. A primeira dessa última categoria foi Maria Beatriz Roquette Pinto, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a PRA-2, fundada por seu pai,  Edgard Roquette Pinto.

Quando elas, então, chegaram às transmissões esportivas? Vamos para a década-1960, quando os militares tomaram o poder no país e os programas de auditório perderam terreno para os de variedades, policiais e se popularizam os programas sobre esportes.

Em  13 de dezembro de 1968, foi instituído o Ato Institucional Nº 5, determinando censura total à imprensa. Abriu-se um campo maior para o rádio esportivo se expandir. Por ali, Marilene Dabus, em 1969, tornou-se a primeira mulher a cobrir futebol no Brasil. Entrevistar jogadores no gramado foi chocante. Pioneirismo que levou o Flamengo, em 2009,  a homenageá-la como o seu nome em sua sala de imprensa. 

Pela mesma época, praticamente, surgiu uma equipe de futebol só com “elas”, na Rádio Mulher, em São Paulo, no início da década-1970.  Marcou época as narrações de Zuleide Ranieri, que viveu até 14 de outubro de 2016.  Em 1971, ela foi já transmitia as principais partidas do futebol da época. Uma de suas companheiras, Claudete Troiano, foi a primeira mulher a transmitir um jogo de futebol pela TV.

No entanto, em São Paulo, a primeira mulher a tornar-se “speaker” foi Zenaide Andrea, na Rádio Record de São Paulo–PRB-9, no início dos anos 30. Em 1931, na mesma emissora, apareceu Natália Peres, com o pseudônimo de Elizabeth Darcy, a mãe do narrador esportivo Sylvio Luiz.

Regiane Ritter, nascida na cidade de Ibitinga, no interior paulista, no dia 7 de fevereiro de 1947.

Em 1980, Regiani foi contratada pela Rádio Gazeta para apresentar um programa musical e de variedades. Três anos depois, começou a saga na crônica esportiva no mesmo prefixo. Cobria folgas dos setoristas, mas queria fazer transmissões de jogos. Algo que só ocorreu tempos depois na TV Gazeta. No canal 11 ocupou também as funções de produtora e comentarista do programa `Mesa Redonda´.

Atualmente, há dezenas de mulheres repórteres e comentaristas esportivas  e repórteres Em Brasília, a primeira mulheres a cobrir futebol foi Cida Barbosa, lançada pelo Jornal de Brasília, ente finais da década-1980 e inícios da 90 

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