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Histórias da Bola
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Meninas com Radar

Elas correram muito em busca da glória que lhes era proibida nos campos de futebol

Willian Matos

02/12/2019 12h46

Antes da Copa do Mundo de 1982, as meninas do Esporte Clube Radar, do Rio de Janeiro, viajaram à Espanha para a disputa de vários amistosos. Embora elas fossem meninas de “fino trato com a bola”, as leis brasileiras não lhes abria as portas à modalidade. Ainda havia lei ultrapassada, editada nos tempos do presidente Getúlio Vargas, barrando a brincadeira.

Para mostrar que elas não eram só boleiras, embora a maioria fosse dos pobres subúrbios carioca, sem muito acesso à educação, o pensamento embarcado com elas rumo a Europa era voltar com bons resultados, para pedir ao Conselho Nacional de Desportos a revogação da portaria discriminatória. Afinal, àquela altura do “campeonato”, porque mulher não poderia ter o futebol como profissão? – discutiam as moças.

Entre as principais jogadoras do time do Radar estavam Pelezinha, Vera, Heleninha, a principal goleadora, e a capitã Cláudia “Maradona”. 

Fundado em 1981 e tendo sede em Copacabana, por toda a década de 1980, o Radar foi principal time feminino brasileiro. Hexacampeão da Taça Brasil de o Torneio Brasileiro de Clubes, representou a Seleção Brasileira durante o Campeonato Mundial-1989.

O Esporte Clube Radar existia desde 1932, tendo sido criado para o futebol nas areias da praia de Copacabana. Mas só passados 49 temporadas apostou na bola das meninas. O grupo foi montado pelo advogado Eurico Lyra Filho, que fora administrador dos bairros de Copacabana e do Leme. A coisa virou moda entre as carioca elas pelos finalmente da década-1970, quando a imprensa entrou com a sua parte. Como parte da contribuição do Radar, a brasileira e alagoana Marta já foi eleita, por cinco vezes, a melhor futebolista do planeta.  

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