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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Jaime de Carvalho

O baiano que levou o som e a animação da torcida para os estádios de futebol

Aline Rocha

26/11/2019 15h59

Gustavo Mariani
[email protected]

Entre 1942, quando o baiano Jaime de Carvalho tornou-se chefe da torcida do Flamengo, o clube rubro-negro teve cinco presidentes – Dario de Melo Pinto (duas ocasiões), Marino Machado de Oliveira, Hílton Gonçalves dos Santos, Orsini de Araújo Coriolano e Gilberto cardoso. Todos foram considerdos bons pelo animador, mas para o último ele separou esta frase: “…penso que a figura de Gilberto Cardoso é imortal”.

Com Melo Pinto no comando, Jaime embalou a vibração da torcida rubro-negra para chegar ao tri estadual-1942/43/44 e repetiu a dose com Gilberto Cardoso, de 1953 a 1955.

Nascido, em Salvador, no 9 de setembro de 1909, Jaime de Carvalho viveu até 4 de maio de 1976 , tendo chegado ao Rio de Janeiro em 1927. Quanto mais energia e criatividade ele demonstrava, mais Gilberto o apoiava, pela década-1950 da sua administsração. Em tempos de torcidas que não marcavam brigas pela Internet, como hoje, mesmo assim havia os mais nervosinhos que saíam do comportamento recomendável.

Considerada a primeira torcida organizada brasileira, o grupo musical de Jaime de Carvalho – ficou conhecido por Charanga do Flamengo – estreou em 11 de outubro de 1942, no 1 x 1 Fluminense, que deu ao Fla o seu primeiro tri carioca. A bandinha foi um desespero dos adversários do Flamengo, por causa do do barulho saído da arquibancada. Para o compositor/pianista Ary Barroso, aquilo não era banda aqui e nem no inferno, mas uma charanga, apelido de turmas que desafinassem. E a rubro-negra desafinava até tocando o hino do clube, sem falar de tantas quantas marchinhas.

Com o crescimentoda violência entre tgorcedors, na década-1980, quando Jaime não era mais vivo, a charanga rubro-negra afastou-se dos estádios. Em 2004, esteve, pela última vez, no Maracanã. Depois, passou a só comparecer em programações do clube. Em 2008, por conta de Bolsa Auxílio da Secretaria de Esportes do Estado do Rio de Janeiro, a turma voltou ao Maraca.

Para evitar brigas e o uso de palavrões, Jaime de Carvalho colocava crianças em seus braços, e comovia os mais exaltados. Mesmo com as partidas daquela época começando por volta das 15h30 – havia preliminares entre times de aspirantes começando às 13h30 -, Jaime de Carvalho começava a arrumar tudo desde as 10 da manhã, pagando uma ou duas pessoas para ajuda-lo. Também, levava bandeiras, sirenes, faixas, cartazes e músicos que, muitas vezes, desafinavam tocando o hino do lcube ou marchinhas.

Gilberto Cardoso ainda estava distante da presidência do Flamengo, quando a charanga de Jaime de Carvalho protagonizou uma das histórias mais folclóricas do futebolcarioca. Era o 16 de maio de 1943 e o Flamengo mandava 4 x 1 São Cristóvão, no gramado da Rua Generalo Severiano, terreno botafoguense, pelo Torneio Municipal. Para a torcida não parar de vibrar e o time não perder o embalo, os músicos não paravam de tocar. Irritado, o goleiro são-critovense – Veliz- queixou-se ao árbitro Carlos Gomes Potengy, que parou a pugna e chamou a policia. O “Santgo” levou o protesto para o tapetão, mas só perdeu tempo. O cartola maior da então Federação Metorpolitana de Futebol,Vargas Neto, o sobrinho predileto do presidente Getúlio Vargas, mandou dizer ao clube alvo que era impossível evitar o toque da charanga do Flamengo.

Quando Jaime remomorava, com Gilberto Cardoso, velha histórias, aquela não faltava no papo. Falava-se, mas nunca se soube, verdadeiramewnte, se foi o prestígio de Gilberto Cardoso fez fez a então Confederação Brasileira de Desportos convidar Jaime de Caralho para ir à Copa do Mundo-1954.

Jaime, no entanto, tinha os seus créditos junto à entidade, pois a Charanga do Flamengo estivera presente durante a tarde de 13 de julho, ajuando mais de 150 mil pagantes a cantar o sucesso carnavalesco Touradas de Madrid, de Braguinha, quando o Brasil mandou 6 x 1 Espanha, da Copa do Mundo-1950. Antes, levara a sua rapaziada a São Januário, em 01.04.1947, para incentivar o time nacional a ganhar a Copa Rio Branco, com 3 x 2 Uruguai – em 1962, a CBD o convidou para ir, tmbém, à Copa do Mundo do Chile.

Jaime, que arrumou emprego, em 1932, no
Rio de Janeiro, como agente de portaria do Minsitério da Justiça, ao partir para o mundo espirutual, deixou a Dona Laura, sua mulher, mantendo a charanga viva, inclusive pela década-1980, fase mais vitoriosa da história rubro-negra. Depois, o comando paraou para a Dona Suely, sua filha. A neta Renath, juntamente com Vinícius Félix, diretor da charanga, organizou e digitalizou todo o acervo histórico da primeir torcida organizada do país e que começou com um trombone, dois clarins e 10 instrumentos rítmico-percussivos.

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