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Histórias da Bola
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Inauguração do Beira-Rio

Estádio gaúcho aberto com grandiosa vitória colorada

Gustavo Mariani

03/10/2023 14h34

No dia 6 de abril de 1969, Porto Alegre acordou com céu azul, bonito e que não demorou a ficar cinzento. Quando o relógio marcou 6h, milhares de fogos começaram a explodir, saudando a inauguração do estádio que foi chamado por Gigante da Beira-Rio. Seu proprietário, o Internacional, mandou esta mensagem ao povão: “O Gigante da Beira-Rio está desperto. Vamos, povo gaúcho, brasileiros de norte a sul, festejar o seu esplendor, início de vida”.

Dera um domingo de Páscoa e mais de 100 mil desportistas foram para as margens do Rio Guaíba, prestigiar a festa dos colorados, que teve fita inaugural cortada pelo governador Perachi Barcelos e torcedores levando às lágrimas o engenheiro Ruy Tedesco, presidente da comissão de construção e que cortou uma fita simbólica, enquanto uma faixa dizia: “Viva o Gigante da Beira-Rio. Parabéns, Porto Alegre. Parabéns Brasil. Obrigado Internacional”.

Naquele dia, o estádio do Inter era o mais moderno e luxuoso do país. No mesmo local do lançamento da pedra fundamental, em 1963, o bispo Edmundo Kunz o benzeu. Por volta das 13h30, a banda militar do 18º Regimento de Infantaria, de São Leopoldo-RS, tocou o hino nacional.

Foi um dia cheio de emoções, antes e depois do jogo inaugural. Houve desfile de bandeiras de todas as federações e de clubes gaúchos, cariocas, paulistas e paranaenses, os mais populares no Rio Grande do Sul; corrida de mini-carros de Fórmula-V, pela pista de atletismo do estádio e pilotados por garotos de 8 aos 14 de idade; coral entoando canções folclóricas e o hino do Internacional, e até os antigos ídolos Bodinho e Carlitos descendo de um helicóptero que pousou no centro do gramado.

E veio o esperado amistoso contra o português Benfica, um dos mais famosos clubes europeu da época, campeão português que já fora bi do Velho Continente e cinco vezes finalista do maior torneio europeu de então, a Copa dos Campeões, trazendo como suas maior atração o goleador Eusébio, um dos maiores atacantes da história do futebol mundial. Ao entrara em campo, o time colorado foi recebido com ensurdecedora saraivada de foguetes e vigorosos gritos de guerra. A sua torcida queria festa completa, com vitória. E soltou o grito de gol, aos 24 minutos, quando o ponteiro-direito Valdomiro atacou, pelo seu setor, lançou bola na área do visitante. O ponta-esquerda Gilson Porto, da esquerda, tentou o gol, de primeira. A bola girou pelo meio da área e, por ali, estava o centroavante Claudiomiro, de 19 de idade, no meio da zaga, para usar a cuca e marcar o primeiro gol no Beira-Rio: 1 x 0, placar do primeiro tempo.

Na etapa final, a torcida colorada levou um susto, com Eusébio empatando, aos 23 minutos, em cobrança de falta: 1 x 1. Mas nem teve muito tempo para comemorar, pois, aos 28, Gilson Porto, também, em lance de bola parada, escreveu Inter 2 x 1, treinado por Daltro Menezes e jogando com: Gainete; Laurício, Scala, Bibiano Pontes e Sadi; Tovar, Dorinho e Bráulio (Sérgio Galocha); Valdomiro (José Urruzmendi), Claudiomiro e Gilson Porto. O Benfica, comandado pelo treinador brasileiro Oto Glória, alinhou: José Henrique; Adolfo Messias, Humberto Fernandes, Zeca e Cruz; Toni e José Augusto (Nené); Praia (Victor Martins), Torres, Eusébio e Simões.

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