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Histórias da Bola
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Grêmio Brasiliense campeão de 70

Em 1970, mesmo com a euforia pelo tri da Copa do Mundo, pela Seleção Brasileira, o Campeonato Candango seguia amador, e foi decidido em melhor de três por Grêmio Esportivo e Civilsan

Gustavo Mariani

20/04/2020 11h04

Atualizada 11/11/2020 16h24

O Grêmio até aspirava se tornar clube, pois era proprietário de um terreno à entrada do Núcleo Bandeirante e fazia planos de ter muitos associados e grande vida social. De sua parte, o adversário era, meramente, time de empresa da construção civil.

Tudo indicava que a Civilsan carregaria o caneco-70, pois goleara os alviverdes por 6 x 2 no primeiro jogo. Placar justo e sem contestação. No entanto, o Grêmio reagiu. Na segunda partida, mandou 2 x 1, mesmo placar da finalíssima. 

O jogo que encerrou a temporada do futebol candango-1970 foi disputado no Pelezão, que trocara de nome, em homenagem ao tricampeão Pelé, que até jogara em seu gramado, quando ali era o Estádio Nacional de Brasília. O trio de arbitragem teve Guálter Ferreira Portela Filho, veterano apitador da antiga Federação Carioca de Futebol, auxiliado por Takeshi Koresawa e Anpilhópio Pereira Silva.

O primeiro tempo mostrou o time da Civilsan mais ligado. Só não conseguiu bater na rede. Por castigo, pouco depois do início do segundo tempo, Pedrinho abriu a contagem. Os gremistas viam a faixa de perto. Mas não viram muito, não, pois a equipe do técnico Grita chegou ao empate, em lance com participação de todo o seu ataque. Bonito gol, merecedor de muita vibração da torcida que seria vice. A 10 minutos do apito final, Lúcio empreendeu grande arrancada para o ataque e serviu Cardoso, que não perdoou o goleiro Maracanã: Grêmio 2 x 1. No mais, foi só segurar o placar e carregar o treinador Bugue (Joaquim Cristiano Neto) nas costas, em festa sem faltar, evidentemente, a volta olímpica.

Partida encerrada, ficaram os comentários dos torcedores. Para a galera perdedora, as ausências de Manoelzinho, Arnaldo e Procópio, além da expulsão de Nazo, haviam sido determinantes para o vexame. Mas a turma gremista, também, chorava os desfalques de Noé e de Sérgio.   

O Grêmio Brasiliense foi campeão com: Maninho, Grossi, Paulinho e Lúcio; Marcos, Nemias e Pedrinho; Cardoso, Santos e Sinval (Orlando). O time da Civilsan alinhou: Maracanã, Nazo, Triste, Didi e Wilson; Aldo e Nenê; Azulinho (Baiano), Invasão, Eduardo e Adilson (Vilela).

Informou-se, sem divulgação do público pagante,  que a renda da partida havia chegado a Cr$ 1 milhão e 500 mil cruzeiros, “ultrapassando todas as expectativas”, segundo um jornal da época. E o detalhe: título anotado no caderninho, o treinador Bugue pagou promessa, caminhando entre o Pelezão e a sede do Grêmio, acompanhado por muitos torcedores. Já os cartolas da Civlsan alegavam ter o gremista Orlando atuado irregularmente. Como não protestaram em tempo hábil, bobearam – um capítulo do futebol candango que o Jornal de Brasília pesquisa e resgata pra você. Vem mais por aí, aguarde!    

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