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Histórias da Bola
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Gilberto 40 graus

Gilberto (D), ao lado do técnico Fleitas Soliche, foi presidente quente, em todos os sentidos

Gustavo Mariani

23/03/2021 9h01

Com as festas de final de 1954 encerradas, no Rio de Janeiro, a torcida do Flamengo só tinha em mente chegar ao bicampeonato estadual. Afinal, com 10 vitórias e um empate, no primeiro turno, além de mais seis triunfos (só uma escorregada) no segundo, o entusiasmo do presidente Gilberto Cardoso, por nova carregada do caneco, era enorme.

A disputa, em dois turnos, com 11 times, e um de seis, fervia. Chegada a tarde supercalorenta do domingo 9 de janeiro de 1951, com o torneio invadindo a temporada seguinte, 86.379 torcedores chegavam ao Maracanã, pegavam lugar em filas enormes e todos se abandavam desesperadamente contra o clima insuportável. Na tribuna de hora, Gilberto Cardoso sofria tanto quanto os torcedores rubro-negros castigados pelo supercalor. Todos davam tudo por uma vitória sobre o maior rival. Mês de janeiro, no Ro de Janeiro, não era fácil.

Quando o trinador Fleitas Solich madnodou a sua rapaziada para o gramado, Gilberto Cardoso sentiu pena dela, Correr atrás de uma bola, naquele momento, com o termômetro tinindo, só mesmo muito heroísmo. Mesmo assim, não perdia a fé em sua rapaziada.

O árbitro alemão Josef Gulden apitou e Gilberto Cardoso pediu proteção ao céu pelos próximos 90 minutos da desgastante vida que os seus meninos encarariam – Garcia, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Rubens, Índio, Benitez e Evaristo. Como o Flamengo tentava alargar a sua vantagem na tabela classificatória, Gilberto esperava um Vasco da Gama mais combativo. Mas o que ele viu foi a sua turma se superando e superando o calor, até mesmo quando perdeu a força do ponteiro Joel Martins.

Inacreditavelmente, para a sua torcida, o Almirante deixava seus ofensivos Vavá e Alvinho recuados, mesmo vendo o Fla sem a força de Joel, e mantinha só Sabará e Pinga na frente, esquecendo de mandar pra lá o paraguaio e também ofensivo Sílvio Parodi. E a tarde do 9 de janeiro de 1955 chego ao final, no Maraca, com Gilberto Cardoso e os seus colegas de diretoria encharcados de suor, mas comemorando um 0 x 0 muito mais favorável ao seu time. Dali a duas rodadas o seu time conquistaria o returno, com uma vitória e mesmo uma escorregada.

Foram cinco rodadas de expectativa, com Gilberto sofrendo com o calor, mas, mas vendo o seu time chegar ao título do terceiro turno, com, daquela vez mandando 2 x 1 Vasco da Gama, na penúltima rodada, em 12.02. Por fim, no 27 de fevereiro, com 5 x 1 Bangu, não haveria mais super-calor que incomodasse Gilberto Cardoso. O Maracanã que virasse bicas!

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