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Histórias da Bola
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Gérson x Bianchini

Dois astros do Botafogo e da Seleção Brasileira que não se bicavam em campo, que foram à guerra nos gramados

Redação Jornal de Brasília

23/12/2019 22h22

Dois astros do Botafogo e da Seleção Brasileira que não se bicavam em campo, que foram à guerra nos gramados

Esta foi uma das grandes inimizadas do futebol brasileiro de uma de suas melhores fases, a década-1960. Gérson e Bianchini até tiveram amizade amistosa e posavam juntos para os fotógrafos que cobriam os jogos do Botafogo. Quando o segundo foi negociado, com o Vasco da Gama, já eram desafetos.

De início, sem conseguir aparecer com a camisa cruzmaltina, o “Bianca”, como os locutores esportivos o chamavam, esteve emprestado ao Clube Atlético Mineiro. E foi em uma disputa de vaga com os botafoguenses, pela antiga Taça Brasil, valendo vaga na Taça Libertadores, que a coisa ficou feia entre os dois ex-amigos, gerando uma das mais famosas “guerras” do futebol canarinho.

Tudo começou quando o Botafogo venceu o primeiro jogo, no Maracanã, por 3 x 2, e Gérson foi acusado de comandar um olé pra cima do “Galo”. Revoltado, Bianchini prometeu quebra-lo, durante o jogo da volta, no Mineirão. Mas ele pegou o adversário errado, o disciplinado apoiador Carlos Roberto, o que levou Gérson a chamá-lo de moleque e de covarde. O clima deixado pela balbúrdia em que fora a partida ficou tão pesado que o árbitro Frederico Lopes, dois dias depois, foi à Federação Carioca de Futebol-FCF pedir o seu afastamento. Antes, porém, culpou Gérson por tudo o que acontecera. Para ele, o deboche do meia alvinegro, dentro do “Maraca” criara aversão à sua figura pelo time mineiro e ambiente para o pior.

Frederico foi chamado de covarde, pela imprensa carioca, por não expulsar Bianchini de campo, quando este atingiu Carlos Roberto. Negou ter apitado coagido pelo presidente da FCF, Otávio Pinto Guimarães, que o visitara antes da partida, e alegou não ter excluído o jogador atleticano devido ao lance da confusão sido em bola dividida. Garantiu não ter visto o tamanho do estrago e negou desrespeito à sua autoridade, por parte dos atleticanos. Mas confirmou ter ouvido, depois do jogo, várias ofensas partindo de Paulo César “Caju”, as quais não anotara na súmula.

Não ficou só naquilo. Frederico Lopes confessou, ainda, não ter marcado um pênalti cometido pelo botafoguense Valtencir, sobre Buião, porque só vira o erro depois do confronto, assistindo ao videoteipe, e anulado um gol atleticano, por ter dúvidas no lance. Por fim, afirmou que os tumultos não teriam ocorrido se Gérson e Bianchini não tivessem sido escalados.

Carioca, do Catete, Frederico Lopes nascera em 16.09.1923 e apitava desde 1952. Era professor de jiu-jitsu, cursara psicologia e relações humanas e, fora dos gramados, trabalhava como tabelião substituto da 12ª Vara de Registro Civil, no bairro de Jacarepaguá-RJ.

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