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Histórias da Bola
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Flataça só na raça

Sala de troféus do Flamengo recebe, diariamente, dezenas de visitantes

Gustavo Mariani

20/11/2020 9h22

O Flamengo tornou-se o clube com o maior número de torcedores neste planeta – diz que tem mais de 40 milhões -, por meio do futebol. Mas foi pelo remo que tudo começou. Mais precisamente, em novembro de 1895, quando seis garotões remadores – Nestor de Barros, Jose Agostinho Pereira da Cunha, Augusto Silveira, Mario Espínola, Jose Felix da Cunha Meneses e Felisberto Laport – projetaram formar grupo para disputar regatas, durante manhãs de domingos, com a rapaziada dos bairros cariocas.

Esta história começou no Café Lamas, no carioca Largo do Machado, onde a rapaziada decidiu meter a mão no bolso e comprar um barco. Juntou-se 400 réis adquiriu-se um uma velha embarcação que foi batizada por “Pherusa”, mas, de tão velha que era, precisou de reformas. Pra nada, pois terminou quase engolida por uma tempestade e, depois, foi carregada por ladrões que sumiram com que deveria escrever a primeira parte da histórias dos confrontos flamenguistas.

Fazer o quê? Comprar um novo barco, evidentemente. O proprietário de um deles, Luciano Gray, venderia o seu, mas cobrando caro – 500 réis – para entregar a Etoile, que teve a sua graça mudada para Scyra. Compra feita, a rapaziada reuniu mais chegadois e, no 17 de novembro daquele 1895, fundou o Grupo de Regatas do Flamego, o hoje Clube de regatas do Flamengo que, no entanto, lavrou a certidão de nascimento datada de 15 de novembro, a mesma da proclamação da república brasileira.

Grupo montado e oficializado, braços fortes e vibrantes foram à luta, para a primeira grande participação da rapaziada rolar em uma regata oficial de 1897, promovida pelo Botafogo e a União de Regatas Fluminense. A primeira vitória flamenguista, porém, só pintou no 5 de julho de 1898, pelo torneio náutico do Brasil, e o primeiro caneco só foi para as prateleiras da rapaziada, em 1900, a Jarra Tropon, tirado de regata internacional comemorativa do IV Centenário do Descobrimento do Brasil. E, assim, se conta a história da primeira glória flamenguista – até 2008, o remo rendeu 43 medalhas de ouro, 126 de prata e 141 medalhas de bronze.

O remo seguiu aprontando e, em 12 de maio de 1912 conquistou a sua primeira regata interestadual, saíndo no braço no paulistano Rio Tietê. De 1916 a 1920, o Flamengo venceu todos os Campeonatos Cariocas que disputou. Depois, chegou a tri, de 1926 a 1928; hepta, de 1931 a 1937, e tetra, de 1940 a 1943, quando houve um recesso de títulos, até 1963.

Foi a criação do Departamento de Futebol, em 1911, no entanto, que daria ao Flamengo o seu grande número de torcedores, maior do que a população de muitos países, estimado acima de 40 milhões de apaixonados.

Até 1944, os rapazes haviam levado para o clube 10 taças do Campeonato Carioca – 1914, 1915, 1920, 1921, 1925, 1927, 1939, 1942, 1943 e 1944. Formaram um time de canecos (11), em 1953, quando Gilberto Cardoso assumiu a presidência rubro-negra. Pela mesma temporada, ele criou um museu, na sede do Morro da Viúva, para organizar a história das conquistas do Flamengo. Para ele, história tão grande não poderia ficar espalhada por aqui e acolá.

Hoje, pelo museu do Fla passam, centenas de visitantes semanais, visitando troféus como os do tri de Gilberto-1951/52/53; do Mundial Interclubes-1981; da Taça Libertadores-1981 e 2019; de 36 Estaduais-RJ; do Torneio Rio-São Paulo-1961 (o Brasileiro da época) e dos Brasileirões-1982/83/2009/2019, bem como o de muitos outras conquistados em torneios rápidos pelo país e o A\exterior – haja tempo pra ver tudo e reverenciar as glórias rubro-negras.

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