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Histórias da Bola
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Flamejante no IV Centenário-RJ

Rubro-negros reforçaram-se pouco e surpreenderam os favoritos

Gustavo Mariani

20/06/2022 8h40

A temporada-1965 era esperada com grande expectativa pelos torcedores cariocas. Dela sairia o campeão do IV Centenário do Rio de Janeiro, algo muito charmoso, segundo os colunistas sociais.

De cara, esperava-se que o Fluminense, campeão de 1964, fosse o grande candidato ao título, seguido por Bangu e Botafogo, que tinham times fortes. De sua parte, o Vasco da Gama vivia infindável entressafra que já durava seis temporadas, enquanto o Flamengo só arrumara dois reforços – o corintiano Silva (Válter Machado), trocado pelo centroavante Aírton Beleza, e o santistas Almir (Morais de Albuquerque), levado a preço de banana.

No mais, o Fla só fizera dar chances a promessas das bases, entre elas Rodrigues Neto, Clair, João Daniel e César Lemos, entregue ao treinador argentino Armando Renganeschi, a quem ofereceram (e forma aceitos) os auxiliares-técnicos Walter Miraglia, Jouber Meira e Newton Canegal, além do preparador físico Eitel Seixas e os massagistas Luiz Borracha e Luiz Luz, e mais o calista Valo Ignácio, o enfermeiro José Rodrigues e o cozinheiro que a turma chamava por Seu Oliveira, supervisionados pelos médicos Paulo San Thiago, Célio Cotecchia, Nei Mauro e Pinkwas Fiszman.

A comissão técnica, de 10 especialistas, os dois reforços (Silva e Almir) e as revelações promovidas não eram vistos pela imprensa cariocas como suficientes para o título charmoso ir para a Gávea. Além disso, muitos não botavam fé no trabalho do técnico Renganeschi, por ele sempre bater na trave, isto é, por onde passara – Portuguesa de Desportos, São Paulo, Palmeiras e Independiente-ARG – só conseguira ser vice-campeão. As críticas, no entanto, não abalavam os diretores do futebol rubro-negro – Gunnar Goranson, Flávio Soares de Moura, José Maria Khair, Augustinho Valido, Júlio Bergalo e Aristóbulo Mesquita.

Para tentar o título do IV Centenário carioca, o Flamengo só conseguia pagar o máximo de Cr$ 18 milhões e 500 mil cruzeiros mensais pela sua folha salarial. Se o time fosse o campeão, a rapaziada levaria Cr$ 1 milhão, 960 mil cruzeiros, ou Cr$ 140 mil, cada um, por partida disputada. Nada de espantante para os jornalistas, principalmente porque eles informavam números bem maiores sobre o quanto o Fluminense gastaria para ser bi.

A charmosa temporada-1965 teve campeonato disputado por só oito times, pois a Federação Carioca de Futebol havia criado a Taça Guanabara – mais uma homenagem ao IV Centenário do Rio de Janeiro – e reservou menos de 100 dias para o Estadual. No primeiro turno, o Flamengo só abriu placar largo nos 3 x 0 Bonsucesso. Fez 2 x 0 Botafogo, mas o restante dos jogos venceu por um gol de frente, ou empatou. Durante o returno, repetiu escores apertados, em cinco partidas, e caiu em duas. Mas o suficiente para ser o campeão.

Com aquela improvável conquista (pela ótica da imprensa), os flamenguistas chegavam ao 15º título estadual, o que passara, antes, por 1914/15/20/21/25/27/39/42/43/44/53/54/55//63. Em 14 compromissos, venceu 10, empatou dois e escorregou em dois. Marcou 18 e levou oito gols, dos quais 9 pelos reforços Silva (7) e Almir |(2), por este time-base: Valdomiro; Murilo, Ditão, Jaime Valente Paulo Henrique; Carlinhos Nunes e Nelsinho Rosa (Fefeu); Paulo “Chôco” Alves, Almir, Silva e Rodrigue. OBS: Ditão era Gilberto Freitas Nascimento, irmão de Geraldo Freitas Nascimento e filho de Benedito Freitas Nascimento, todos zagueiros

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