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Histórias da Bola
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Despedida animal

Não faltou nada na carreira de Edmundo. Vendo o carinho da torcida vascaína, durante o seu “jogo de despedida”, em São Januário, ele  constatou isso

Gustavo Mariani

13/04/2020 20h02

Atualizada 11/11/2020 16h24

Vasco 9 x 1 Barcelona-EQU, em 28 de março de 2012, ficou em segundo plano, se comparado à festa da torcida durante a despedida do Animal.. “Eu não esperava por isso, principalmente pelo ingresso caro. Até telefonei, pedindo para abaixarem o preço. Mas foi lindo. Eu precisava disso”, revelou.

Saiu tudo como Edmundo queria. Vestiu a camisa 10 e marcou dois gols. Um deles, o desejado, de pênalti, cobrando certinho, no canto direito do goleiro, que não teve nenhuma chance de defesa. Se bem que a falta começou fora da área e o “cavador” Thiago Feltri, malandro, caiu dentro. O segundo foi a síntese da sua velha categoria e esperteza: complementou, de primeira, desviando chute de Fagner.

No momento de comemorar os gols, Edmundo não esqueceu da molecagem do requebrado, do gingado que se incorporou à irreverência do futebolista brasileiro. Só mesmo uma pane na energia elétrica do estádio pôde vascaíno apagar seus momentos de brilho no gramado. “Pena que as pernas não acompanha mais o cérebro”, lamentou ele que, aos 41 anos, ainda driblou, lançou e viu que não dava mais para competir com a juventude dos marcadores.

Festa no céu

O telão do estádio mostrava as principais cenas do ídolo, como um  golaço contra o Flamengo, em 1997. Edmundo, no túnel, estava muito emocionado, para ir ao gramado. Foi recebido com queima de fogos. Das arquibancadas, ouviu o velho grito: “Ah, é Edmundo”.

Após a execução do hino do Vasco, com os torcedores cantando, o presidente vascaíno, Roberto Dinamite, fez um discurso entregou uma placa ao “Animal”. Depois, a bola rolou e foi o show de gols – o goleiro Fernando Prass usou a camisa com o número 200, em alusão aos seus jogos pelo Vascão.

Aos 11 minutos, Thiago Feltri fez boa jogada, ia entrar na área e foi derrubado. Pênalti que Edmundo cobrou e marcou seu 136º gol vascaíno. Em seguida, gritou: “Obrigado!”, apontando e se curvando    para as arquibancadas.

No tento de Alecsandro, em lance com a participação do “Animal”, este o homenageou, imitando sua comemoração de gol. O Barcelona fez o dele, em falha de Dedé, mas logo  Juninho descontou.

Na etapa final, houve muitas trocas. O Vasco marcou, ainda, com Éder Luís (2), Felipe Bastos, de falta, Diego Souza e Allan. Aos 40 minutos, Edmundo saiu, ao som do hino cruzmaltino. A galera gritava: “Ah, é Edmundo”. O “Animal” levou a bola do jogo, enrolado na bandeira do Vasco, e chorava, acenando para os torcedores. Valeu!

O Vasco jogou com: Prass (Alessandro); Fagner (Allan), Dedé (Fabrício), Renato Silva e Thiago Feltri (DieysonT); Rômulo (Nilton), Juninho (Abelairas), Felipe e Edmundo (William Barbio), Eder Luis (Fellipe Bastos) e Alecsandro (Diego Souza). Técnico: Crstóvão Borges.  O Barcelona equatoriano foi: Morales (Vera Gines); Cedeño, Anderson, Espinoza (Zamora) e Mercado (Washinton Vera); Assencio, De la Torre, Torres e Mina (García); Bueno (Montaño) e Rosero. Técnico:   Carlos Gruezo

A cronologia dos gols foi:  Edmundo, aos 12 e aos 34; Alecsandro, aos 22; Asencio, aos 39, e Juninho, aos 40 minutos do 1º tempo; Éder Luís, a 1; Fellipe Bastos, aos 21; Éder Luís, aos 25; Diego Souza, aos 31, e Allan, aos 45 minutos da etapa final. Marcelo de Lima Henrique (RJ) apitou, o público atingiu  16.021 pagantes e 21.247 presentes e a renda ficu por  R$ 528.330,00 – o goleiro Fernando Prass usou a camisa com o número 200, em alusão aos seus jogos pelo Vascão.

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