Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

CEUB vaiado

Mesmo vencendo, time candango não escapou dos apupos da torcida

Gustavo Mariani

24/01/2022 11h41

É folclórico, no futebol brasileiro, aquela bravata do cartola dizendo que devolve o dinheiro do ingresso, ao torcedor, caso o seu time perca o jogo da rodada. Mas já aconteceu. No 13 de setembro de 1998, o presidente rubro-negro, Kléber Leite, usou deste expediente, durante o Campeonato Brasileiro, e teve de devolver grana a mais de 52 mil torcedores, por conta de Flamengo 2 x 3 Portuguesa de Desportos. Isso, além de repassar 30% da renda ao clube paulista e, ainda, pagar pelo aluguel do Maracanã – prejuízo triplo.

Aqui em Brasília, na tarde do sábado 23 de março de 1974, o Ceub deveria ter devolvido os Cr$ 29 mil, 285 cruzeiros pagos pelos 2.675 desportistas que comparecerem ao estádio do então Centro Desportivo Presidente Médici, para vê-lo vencer o Sport Recife, por 1 x 0, pelo Campeonato Nacional, como ainda era chamado o atual Brasileirão.

Dos 90 minutos regulamentares que deveria ter a partida, 75 foram passados pelo time pernambucano na retranca, enquanto os ceubenses passaram os dez finais fazendo o mesmo, para garantir o resultado.

No único momento de emoção, aos cinco minutos do segundo tempo, o zagueiro Lula, do rubro-negro Leão da Ilha (apelido do Sport) calçou Juraci, dentro da área, quando este fez a sua única boa jogada em todo o prélio. Pênalti, que o ponteiro-direito Gilberto cobrou e converteu.

Fora isso, Juraci, o centroavante que deveria fazer os gols do seu time, só foi notado durante a partida quando chutou a última bola da partida, para as nuvens, estando  do goleiro do time visitante. Levou tremenda vaia, que se estendeu até o apito final do árbitro Rubens de Souza Carvalho, que contou com os bandeirinhas caseiros Adélio Nogueira e Oswaldo do Santos. Nem o treinador do Ceub, Cláudio Garcia (ex-meia do Fluminense), gostou do que viu, mesmo vencendo. Muito provavelmente, fora a primeira vez que alguém vencera e não gostara.

O Ceub foi vaiado naquela tarde por conta de: CEUB: Waldir Appel, Luís Carlos, Pedro Pradera, Émerson e Rildo; Alencar e Renê (Rogério Macedo); Cardosinho, Juraci, Dario Maranhão e Gilberto. O Sport retrancou-se com: Tião, Luizinho, Lula Pereira, Alberto e Marcos; Rubem Salim e Meinha; Fumanchu, Hélio (Edmilson), Ditinho e Orlandinho.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado