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Histórias da Bola
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CEUB – Apito final

Relembre (ou conheça) o passo a passo dos passos finais do CEUB, time tradicionalíssimo do futebol do DF

Willian Matos

24/09/2019 9h23

Foi a maior crise do futebol candango. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD, – atual CBF) – pediu à Federação Metropolitana de Futebol (FMF, atual Federação de Futebol do Distrito Federal) para apressar o final do seu primeiro campeonato de futebol profissional, a fim de a Loteria Esportiva poder confeccionar os seus volantes. Então, a FMF criou um torneio seletivo apresentante do seu representante, gerando um festival de liminares e o fim de linha do Ceub, que já havia disputado três Nacionais. Foi assim que a FMF matou o Ceub. Siga:

06.06.1976 – Ceub 0 x 0 Humaitá, pelo Torneio Seletivo, se pegaram à noite, no já demolido Pelezão (ficava perto do Carrefour Sul), tendo o time ceubense sido: Paulo Victor; Chiquito (Jorge Luís), Paulo Roberto, Cláudio Oliveira e Nonoca; Alencar, Juarez, e Xisté; Lucas, Eduardo (Lino) e Gilbertinho.

08.07.1976 – Ceub 0 x 0 Taguatinga, pela mesma disputa, com Arnóbio Passos apitando, bandeirado por Adélio Nogueira e Osvaldo dos Santos. Time ceubense: Paulo Victor; Fernandinho, Paulo Roberto, Cláudio Oliveira e Nonoca; Alencar, Juarez e Xisté; Lucas (Lino), Eduardo (Tião Kelé) e Gilbertinho. No mesmo dia, Ceub negara voto ao parecer que criara o Seletivo e recorria à Justiça comum, pois havia vencido a Taça Brasilia (primeiro turno do Candangão) e tudo indicava que levaria a vaga.

14.07.1976 – Ceub recorre ao juiz José Bolívar de Souza, com liminar preventiva junto à Primeira Vara de Justiça, contra a indicação, pela FMF, de representante do DF ao Campeonato Nacional.

16.07.1976 – Festival de liminares por vaga no Nacional desanima o torcedor candango e o Taguatinga Esporte Clube empresta o maior nome do futebol da terra, Ernani Banana, ao Vasco da Gama, por Cr$ 200 mil cruzeiros, até 31 de dezembro da mesma temporada. Jogador viaja pelo voo 033 da Viação Aérea Rio-Grandense (Varig). Se ficasse em definitivo em São Januário, o negócio total sairia por Cr$ 450 mil e mais dois atletas juvenis vascaínos. O torcedor do “Taguá” ia ao Pelezão levando folhas de bnaneira, saudando o ídolo.

19.07.1976 – Devido a briga pela indicação de representante candango ao Nacional, a CBD tirou a vaga do DF e a entregou à Ponte Preta, de Campinas-SP, um reduto onde a governista Aliança Renovadora Nacional (Arena) não conseguia vencer o oposicionista Movimento Democrático Brasileiro (MDB) nas urnas.

20.07.1976 – Ceub impetra mandado de segurança N 2 -96/76. Em 16.08.1976, juiz substituto da terceira Vara Federal, José Ales de Lima, lhe dá ganho em sua briga contra a FMF, que o havia excluído dos seus quadros, antes de examinar o seu pedido de licença. Primeira  vitória ceubense na lide.

01.08.1976 – Fundado em 25 de janeiro 1971, como Centro Esportivo Universitário de Brasilia, o depois Ceub Esporte Clube deveria ter feito a sua última partida em 01.08.1976, em uma manhã de domingo, contra o Gama, pelo Seletivo, no Pelezão. Mas não compareceu. O time estava escalado com: Déo (Paulo Victor); Fernandino, Décio, Cláudio Oliveira e Nonoca; Alencar, Moreirinha e Xisté; Lino, Lucas e Luisinho. Pelos dias seguintes, os primeiros jogadores foram saíndo – Mauro, Aripe e Chiquito, emprestados pelo Atlético-MG, foram devolvidos; Ademir, ao ESAB-MG; Mariano, ao Flamengo;  Juarez, ao Santos; Eduardo e Tião Kelé rescindiram contratos; Gilbertinho, negociado ao América-MG, por Cr$ 300 mil, mesmo preço das negociações de Alencar e Nonaco, com o Goiás; Xisté foi para o ABC-RN; e Jorge Vitório para o Botafogo, de Ribeirão Preto.

04.08.1976 – Boletim oficial da Federação Metropolitana de Futebol (FMF) elimina o Ceub Esporte Clube do Campeonato Candango Juvenil.

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