Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Cafuringa

A história de Cafuringa, o ponta driblador que tentou ser ator, mas só fez arte nos gramados

Willian Matos

29/07/2019 12h34

Atualizada 20/08/2019 20h06

Foto: arquivo

Vê-lo jogando parecia um desenho animado. Era uma alegrai para a torcida do Fluminense. Falar de Moacir Fernandes, que viveu entre 10 de novembro de 1948 e 25 de julho de 1991, muito provavelmente, poucos saberão de quem se tratava. Mas, de Cafuringa, muitos se lembrarão. Quem lhe deu este apelido e o motivo ela não sabia. O certo foi que o garoto mineiro chegou ao Botafogo, em 1965, disposto a vencer com aquela esquisita alcunha. Só não teve tempo de mostrar o seu veneno, pois brigou com os alvinegros e foi virar um realidade tricolor, sendo campeão estadual-RJ, da Taça Guanabara-1969/71/73/75 e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa-1970, um dos embriões do atual Brasileirão.

Após 11 temporadas e só 16 gols marcados para o Flu, Cafuringa seguiu para o Atlético-MG, em abril de 1976, para tornar-se campeão mineiro e colaborar com quatro tentos, em 19 partidas do time que formava, normalmente, com Zolini, Getúlio, Toninho Cerezo, Márcio, Vantuir, Flávio, Cafuringa, Reinaldo, Campos, Danival e Paulinho.

Depois do “Galo”, Cafuringa esteve, entre 1977/1978, defendendo o paranaense Maringá. Voltou ao Flu, para disputar mais 14 partidas, e, depois, partir  para uma outra aventura mineira, com a Caldense, pela qual fez apenas seis jogos. Finalmente, encerrou a carreira no venezuelano Tachira, em 1979.

Uma das partidas mais famosas de Cafuringa rolou na noite de 10 de junho de 1975, no Maracanã, quando o Fluminense venceu (1 x 0) o alemão Bayern Munique, base da seleção alemã, contando com os astros Sepp Maier, Franz Beckenbauer, Gerd Müller (que marcou, naquele amistoso, gol contra, de cabeça),  Schwarzenbeck, Kapellmann e o então novato Karl-Heinz Rummenigge. Diante de 60.137 pagantes,  Cafuringa fez o espetáculo,  foi o grande nome da noite e merecendo até crônica de Nélson Rodrigues – 

Félix; Toninho Baiano, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário, Kleber e Rivellino; Cafuringa, Paulo César Lima e Mário Sérgio foi o time da grande noite tricolor, dirigido pelo técnico Paulo Emilio, que lançou o centroavante Manfrini, no segundo tempo.

Na década-1980, Casfuringa integrou a seleção brasileira de masters, dirigida por Luciano do Valle, em sua  última sua aparição nos gramados pela TV. Deixou de herança o apelido para o capitão canarinho da Copa do Mundo-2002, o então ponta-direita e depois lateral Cafu, campeão mundial, também, em 1994.

No currículo de Cafuringa consta, ainda, o titulo do Torneio Internacional de Verão-1973 e passagem pelo Bangu, quando começava a carreira.

Poucos sabem , também, que Cafuringa era irmão do zagueiro Chiquinho “Pastor”, que teve mais sorte do que ele e chegou à Seleção Brasileira, honrando a mineira Juiz de Fora.

Francisco Jesus Fernandes, cria do Tupinambá, tentou a sorte no Cruzeiro, mas só conseguiu fazer três treinos. Então, foi ao Rio de Janeiro pedir uma chance ao Botafogo, que gostou da sua bola e o teve como um bom zagueiro. Depois da experiência alvinegra, ele bandeou-se para o Flamengo, quando ficou famosa a sua religiosidade que valeu-lhe o apelido de “Pastor”. Em seus últimos anos de vida, era missionário da igreja presbiteriana, participando de eventos por todo o país.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado