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Histórias da Bola
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Brasília lotérico

Time candango era totalmente desconhecido pela imprensa e por apostadores

Gustavo Mariani

23/01/2024 12h36

Em 1976, o Brasília Esporte Clube – hoje, Futebol Clube – ficaria sem ter o que fazer após o dia 16 de outubro, quando mandou 3 x 0 Guará Esporte Clube e sagrou-se campeão candango. Este Guará foi uma invenção da administração regional da cidade do Guará, unindo o Corintians (sem h) e o Clube de Regatas Guará, para a satélite ter um só e mais forte representante no futebol candango. Então, os dirigentes do Brasília, que eram dirigentes, também, da Associação Comercial do DF, se uniram a cartolas de Goiás, de Mato Grosso e do Triângulo Mineiro, e criaram o Torneio Centro-Oeste, que incluiu o América-RJ.

Por aquela disputa, o Colorado do Planalto (apelido que não pegou) participou, pela primeira vez, de um um jogo interestadual valendo pela Loteria Esportiva (atual Loteca). Foi no Jogo 2 do teste 315, contra o Vila Nova-GO. O Brasília era tão desconhecido do torcedor (e dos jornalistas de outros estados) que, ao fazer prognósticos para a partida, a revista Placar, que tinha cobertura tradicional sobre a loteria, nem sabia quem era o treinador do time brasiliense, e o chamava por Edmílson – na verdade, Edílson Braga. Também, dizia que o vizinho goiano era melhor. Só que, em recente amistoso, em setembro, no DF, o Brasília havia mandado 1 x 0 Vila Nova-GO.

Diziam, por aquele tempo, que futebol não tem lógica. Poderia não ter, mas o apostador achava que tinha e apostava mais nos goianos, pois o Brasília não apresentava retrospecto dos mais convincentes: 3 x 0 Guará EC (16.10.1976); 0 x 0 Atlético-GO (06.11); 0 x 2 Operário de Campo Grande-MS (17.11); 1 x 2 América-RJ (20.11) e 0 x 1 Itumbiara-GO (28.11). Desses jogos, só contra Operário-CG e Itumbiara foram fora do DF. De sua parte, o Vila vinha de 0 x 3 Comercial de Campo Grande-MS; 3 x 1 Dom Bosco de Cuiabá-MT; 4 x 1 Goiânia-GO; 1 x 1 Goiás e 1 x 2 Uberaba-MG. Resultados, realmente, melhores. E o que deu? Você saberá na próxima coluna. Aguarde-me!

Enquanto isso, pulemos duas temporadas e vamos ver o Brasília no Jogo 8 do Teste 348 da mesma Loteria Esportiva. Daquela vez, o adversário era, também, do Centro-Oeste, mas valia pelo Campeonato Brasileiro. Embora o time candango já tivesse disputado o Brasileirão-1977, ainda era pouco conhecido pela imprensa nacional. Placar, por exemplo, dizia aos seus leitores que a rapaziada era jovem, “extremamente veloz” e explorava bem os contra-ataques. Contavas, ainda, que ponto fraco só a esquerda, onde “o ponta Julinho (Rodrigues) fazia muita falta”. Na verdade o time não era tão jovem e nem “extremamente veloz”. E, muito menos, Julinho era ponta-esquerda, mas direita. Logo, a depender de informes da imprensa, apostador de outros estados teriam que fazer palpites triplos e jogos do Brasília.

Para aquele teste, o Brasília vinha de: 0 x 1 Flamengo (03.03.1978); 0 x 2 Flamengo (05.03); 0 x 1 Botafogo (17.03); 2 x 0 Operário de Campo Grande-MS (26.03) e 0x 1 Corinthians-SP (29.03). Só a vitória sobre o Operário fora fora de casa. Na Coluna 1, o Comercial vinha melhor, com três vitórias, um empate e só uma escorregada. O que rolou? Desta vez informe: 2 x 2, em 9 de março de 1978, pela quinta rodada do Grupo C, em noite de uma quinta-feira, jogado no Serejão, em Taguatinga. Valeu!

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