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Histórias da Bola
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As feras das quadras

Jogar tênis, em Brasília, é uma terapia para mulheres modernas

Gustavo Mariani

06/05/2021 11h29

Brasília é uma das cidades brasileiras que mais contam com quadras de tênis, juntando clubes e residências. Por aqui, a modalidade não é só um esporte entre pessoas que podem frequentar clubes, mas um meio de interação social.

Para a médica entomologista Rosete Carvalho, praticado entre amigas, o tênis na vida brasiliense entre pessoas não, verdadeiramente, atletas “ajuda na estabilidade e no relaxamento do equilíbrio mental do dia a dia”. Ela só não fala assim quando a modalidade é levada para a competição. “Nesse caso, vem a responsabilidade de vencer, o peso de atuar bem, que deixa a pessoa nervossa”, acentua.

Brasília já teve grandes nomes no tênis brasileiro feminino, como Claudia Chabalgoity, que liderou o seu ranking por muito tempo. E a cidade já sediou vários grandes eventos, que trouxe para cá todos os grandes nomes das raquetes, com Gustavo Kuerten, em inícios de carreira, Luiz Matar, Fernando Meligeni, Silvana Campos, Gisele Miró e muitos outros. Inclusive, por ter ótimas quadras, certa vez, a argentina Gabriela Sabatini, então das primeiras do ranking mundial, escolheu a Academia de Tênis de Brasília para fazer pré-temporada, com o teirnador brazuca Carlos Kirmair.

Grupos de amigas que se reúnem para jogar tênis pelos clubes brasilienses, além de manterem o corpo em atividade física, aproveitam, também, para o desenvolvimento de atividades culturais. Caso da proposta Livros e Raquetes, que faz as tenistas trocarem, depois dos treinos e partidas, a quadra pela análise de boas leituras. “Discutimos autores consagrados mundialmente, de passado até muito distante, como novatos que estão começando a encantar”, explica Rosete Carvalho.

Normalmente, tenistas amadores decidem praticar a modalidade mirando-se em algum ídolo. No caso da médica Rosete Carvalho, ela teve por isca o filho Fabiano Carvalho, hoje seu professor e de várias de suas amigas. Vendo o garoto recebendo aulas do pai – Dílson Carvalho, funcionário do Ministério da Fazenda – ela decidiu, também, pegar na raquete, já que Brasília não tinha praia para ela jogar frescobol, como op fazia, no Rio de Janeiro, onde brincava, com o marido e a bolinha, nas areias das praias.

Como a maioria das mulheres modernas de vida bem ativa em Brasilia (pela ordem, na foto, Márcia Amorim, Edna Maciel, Karla Haje, Terezinha Acioly, Fabiano Carvalho (professor), Marilena Mendes, Rosete Carvalho, Silvia Diez, Claudia Vieira e Vitória Vieira (sentada), preenchem todo o seu tempo, além de médica hospitalar, Rosete foi professora de Biologia, do Colégio Elefante Branco. Só podia jogar tênis pelos finais de semana.

Assim, só após os seus 58 de idade, ao aposentar-se da Medicina, Rosete ficou mais amiga das raquetes, atualmente jogando no Iate Clube de Brasília. Ela nunca se preocupou em ser a fera das quadras, por ter o tênis sendo só meio de interação social. Mas, certa vez, levada para uma disputinha, amistosa, entre amigas, formou par com Marilene Melo e volto pra casa com medalha pendurada no pescoço. “Bom! Mas interagir, socialmente, com amigos, é muito melhor” – palavra de quem tem CRM- Certificado de Registro Médico e passo (e ainda passa) muito tempo revirando, físico, corações e mentes.

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